Os últimos três dias, o esporte em Goiânia transpirou atividades de alto rendimento e muita visibilidade no cenário nacional para nossa capital e nosso estado. No domingo, pude reencontrar com o autódromo Ayrton Senna. De cara nova, quase irreconhecível, o autódromo foi um show a parte durante da cobertura da Rádio 730 da Stock Car. Nesta terça, foi a vez do estádio Serra Dourada com a mesma cara de sempre. O show ficou por conta dos jogadores em campo e da torcida que me surpreendeu com um público superior a 31 mil presentes.

O que os dois eventos tiveram em comum? Os dois tiveram apoio intenso do governador Marconi Perillo que aproveitou estes dias para se aproximar da imprensa esportiva em Goiás e ganhar visibilidade no momento pré-eleitoral. O trabalho foi bem feito, espero que o dinheiro tenha sido criteriosamente gasto e que a política esportiva não fique restrita ao esporte como entretenimento e o reconheça como peça importante na educação e formação de cidadãos qualificados e conscientes.

Em contrapartida, o prefeito Paulo Garcia sai com imagem arranhada destes dois eventos. Conversando com vários jornalistas de todos os cantos do Brasil que estiveram em nossa capital, todos se surpreendiam com a quantidade de greves dos servidores municipais, os problemas no recolhimento do lixo, a malha viária municipal esburacada e a dificuldade para cumprir com suas obrigações. Várias emissoras divulgaram este aspecto negativo durante os programas esportivos.

Também temi que houvesse manifestações mais pesadas por causa da presença da seleção em nossa capital. As que ocorreram foram exemplares. Em frente ao hotel na avenida República do Líbano, servidores técnico-administrativos das instituições federais procuravam chamar a atenção da presidenta Dilma. Um principio de confusão ocorreu quando a PM tentou tirar os manifestantes, de cara limpa, a força do canteiro central. Depois de uma conversa rápida tudo foi resolvido. No horário do jogo da seleção, outro grupo também se manifestou, atrapalhou o trânsito, no entanto, não houve registro de problemas.

Se na década de 1970, o Esporte foi usado como instrumento de manipulação das massas, em pleno século XXI, o esporte será usado como instrumento de mobilização popular, quem sabe até de evolução de nossa capacidade de observações do todo. Vejo essas manifestações e me lembro do livro “Como o futebol explica o mundo” de Franklin Foer, onde trata como o futebol tem influenciado ou influenciou em questões políticas ao logo da história mundial. Boa pedida para quem se interesse.