Apontado como o principal auxiliar do contraventor Carlinhos Cachoeira em sua aproximação com autoridades e políticos goianos, o ex-vereador Wladimir Garcez foi ouvido na manhã desta quinta-feira (24) pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). O depoente utilizou seus minutos iniciais para se defender das acusações, mas não quis responder nenhuma pergunta feita pelos parlamentares, utilizando seu direito constitucional.

Durante leitura de sua defesa, Garcez disse que as gravações feitas peal Polícia Federal (PF) são montagens e disse que as conversas não coincidem com as datas em que aconteceram. “Peço aos senadores que ouçam os diálogos gravados com muito zelo. Muitos deles são montagens”.

Alegando estar nervoso e ansioso, Garcez pontuou fatos importantes em seu depoimento como a venda da casa do governador Marconi Perillo ao Prof. Walter Paulo e a sua função dentro da empresa Delta. Ele afirmou à CPI que trabalhava como assessor de Cláudio Abreu, ex-diretor da Delta com acesso direto a Carlinhos Cachoeira. “Minha função era só de assessorar, não participei de nenhum negócio ilícito”, garantiu.

Sobre a negociação da casa do governador Marconi Perillo, Garcez afirmou ter se interessado, mas não tinha dinheiro suficiente para efetuar a compra e, por isso, pediu R$ 1,4 milhão emprestado para Cláudio Abreu e Carlinhos Cachoeira. De acordo com o ex-vereador, o valor foi repassado em três cheques (dois de R$ 500 mil e um de R$ 400 mil). “O governador me disse que estava vendendo e eu me interessei. Nem sei quem são os emitentes desses cheques”.

Ao ser indagado sobre a disposição de colaborar com as perguntas feitas pelos parlamentares, Wladimir Garcez disse que ficaria calado, mas responderia questões relacionadas a trechos das gravações às quais teve acesso. Em um desses momentos, ele foi perguntado sobre a acusação da PF de ter entregado R$ 500 mil no Palácio das Esmeraldas e voltou a desconfiar das gravações da polícia.