A cidade chega aos 80 anos e o fato é que sua população também envelhece. Até 2030, Goiânia terá o dobro de idosos que tinha há quatro anos. Serão 11,4% de goianienses com mais de 64 anos contra 6,2% em 2010. O levantamento é do Instituto Mauro Borges (IMB) e confirma os dados do IBGE, que apontam o aumento da população com mais de 64 anos em Goiás desde 1980.

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O envelhecimento da população tem forte impacto na economia, uma vez que reduz a mão de obra ativa e aumenta o gasto com previdência e com saúde. Essa é uma situação que a Europa vive há muito tempo e que tem buscado superar por meio de ações como prevenção em matéria de saúde, adaptação da cidade às pessoas idosas, acesso mais fácil à Internet e o aumento da participação no mundo associativo.

Diante desse fato inexorável, não se deve pensar apenas de forma capitalista e calcular a perda financeira que o idoso representa para a economia; é preciso se preparar para oferecer aos nossos “cabeças brancas” uma velhice com dignidade e qualidade de vida. E é necessário começar a fazer isso agora porque, em termos de administração pública, duas décadas passam em dois anos.

O Ocidente, em sua verve materialista, olha os idosos como um estorvo e se esquece que são pessoas com quem a nova geração pode aprender. O avanço tecnológico aumenta essa distância entre as gerações, já que a mais antiga tem dificuldade em acompanhar as novidades e se torna refém dos jovens. Aos idosos, os tempos modernos relegaram um papel desprezível; eles deixaram de ser tratados com o respeito de outros tempos. Além de conviver com a aproximação da morte e com a decadência física e mental, estamos fadando nossos velhos ao desprezo devido a sua incapacidade produtiva.

Em seu centenário, Goiânia contará com uma população próxima de sua idade e terá o desafio de transformar a cidade em um lugar que ofereça a seus velhos o respeito que uma metrópole moderna tem a obrigação de propiciar.