A secretária de Educação de Goiás, Fátima Gavioli, confirmou que está remanejando recursos para instalação de detector de metais e cerca elétrica nas escolas. De acordo com a titular da pasta, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (19), a expectativa é que todas as unidades recebam pelo menos o cercado.

“Estou remanejando um recurso de formação de professores para comprar o detector de metais. Estava também outro para comprar cerca elétrica, porque ela é menos agressiva que a concertina. A elétrica pelo menos não dá aquela visão de que a escola se transformou em um presídio”, argumentou.

Em reunião com o Governo Federal na terça (18), a secretária também confirmou outros recursos que Goiás vai receber de programas que estavam parados.

“Como por exemplo o Mais Educação, que tinha dinheiro travado há muito tempo. Tem escola que tinha R$ 15 mil, R$ 10 mil, R$ 8 mil e, a partir dessa portaria, que deve sair até o final do dia, vai destravar esse recurso que estava retido nas contas dos colégios”, explica.

Outros recursos

Além disso, Fátima Gavioli anunciou que o Governo Federal vai antecipar a segunda parcela do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) para início de maio. A princípio, o recurso seria pago em duas parcelas, uma em abril e outra em setembro.

Ainda conforme a secretária, Goiás deve receber cerca de R$ 200 milhões e a ideia é que as unidades utilizem o recurso para investir em segurança e combater a violência nas escolas.

“Esse recurso já estava previsto no orçamento e ele vai entrar como parte da manutenção da escola. Vão liberar para que os colégios possam adquirir determinados equipamentos de segurança. Cada conselho escolar vai montar seu plano de trabalho e enviar para nós para aprovação. Esse dinheiro vai direto para a conta das escolas”, revelou Gavioli.

De acordo com Fátima Gavioli, o PDDE distribui o recurso conforme o número de estudantes da instituição. A verba existe há mais de 20 anos, sendo 30% para capital e 70% para custeio. “Esse dinheiro é muito importante para os colégios. Provavelmente eles já têm um planejamento para ele, mas essa verba extra, que tem relação com programas que foram extintos, vai proporcionar sim condições de focar na segurança”, ressaltou Gavioli.

Fátima Gavioli anuncia em coletiva recursos para investimento em segurança nas escolas | Foto: Júnior Kamenach/Sagres Online

Paz nas escolas

Nesta semana, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), lançou a campanha ‘Todos Pela Paz’. A iniciativa tem como objetivo envolver toda a comunidade escolar em um movimento de paz, bem-estar e boa convivência.

Com o número de ataques às escolas, criou-se também uma preocupação ao ponto dos pais temerem enviar os filhos aos colégios. Entretanto, Fátima Gavioli defende que não é o momento de recuar.

“Prefeitos não recuem, pais não recuem, vamos para a escola. Amanhã [quinta] vamos fazer um grande movimento nas escolas junto com vocês. Quero convidar vocês a mandarem seus filhos para a escola. A pior forma de combater esse momento de ameaça é o medo. Então, vamos vencer, acreditar e isso tudo vai passar”, declara.

Instituições

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Goiás (OAB-GO), Rafael Lara, confirmou apoio da sigla. “No dia 20 de abril, a Ordem vai estar em 500 escolas de Goiás, em uma palestra pela manhã e outra à tarde, falando sobre direito e cidadania. A ideia é conscientizar os alunos e professores”, afirma.

Do mesmo modo, o presidente do Conselho Estadual de Educação, Flávio Roberto, também reforça a necessidade da comunicação positiva. Segundo ele, isso enaltece a função da escola.

“Estamos reunindo as escolas públicas e privadas, mostrando a importância da escola. O interesse da campanha é pontual em despertar a atenção dos pais quanto à importância da escola. Ela não é diferente da sociedade, precisamos analisar como um contexto global. O que a gente quer é voltar a normalidade, ter a tranquilidade por parte das famílias para desenvolver o trabalho dentro da escola”, destaca.

Michelle Pitta, da Defensoria Pública de Goiás, chamou a atenção para o impacto negativo da divulgação de notícias falsas. “A gente recomendou para todas as redes sociais de maior repercussão para que cessem e controlem as atividades”, pontou.

*Esse conteúdo está relacionado com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU 04 – Educação de Qualidade

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