Para tentar aliviar a situação de cidadãos e empresas prejudicadas por causa da pandemia, o governo de Goiás lançou em março deste ano, por meio da GoiásFomento, o Programa Estadual de Apoio ao Empreendedor (Peame), iniciativa que prevê linhas de crédito para pessoas físicas e jurídicas com juro zero. Segundo dados da agência, desde o lançamento, já foram realizados mais de 9,3 mil cadastros. Destes, quase 1,3 mil já foram aprovados, e outros 1 mil estão em fase de aprovação.

O presidente do Sindicato de Bares e Rastaurantes de Goiânia (Sindbares), Newton Pereira, conta que já tentou ter acesso à linha de crédito da GoiásFomento, mas até agora sem sucesso.

“É um empréstimo com uma força de capital de giro interessante, sem juros para o empresário pagar em até 24 parcelas, mas que a morosidade e as dificuldades do momento desencorajam os empresários a fazerem este cadastro e a pleitearem esse recurso”, avalia.

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Rival Aguiar explica que o presidente que há um ponto de corte para acessar a linha de crédito, mas o empresário não pode ter sido negativado antes das restrições em março de 2020.

“Se até essa data a pessoa estava com o nome limpo e ficou negativada depois, a gente dá o andamento no processo dela. Se essa dívida for de até 30% do valor do empréstimo que ela vai pegar, a gente dá opção para a empresa quitar essa dívida, mas com a certeza de que ela vai ter o valor liberado para ela, ou então ela autoriza a gente a quitar essa dívida para ela e passar a diferença”, esclarece.

Uma câmara arbitral de mediação na Associação Comercial, Industrial e Serviços do Goiás (Acieg) avalia a situação de cada empresário para ter acesso ao crédito. O presidente da Acieg, Rubens Fileti, acredita que a demanda supera os recursos disponibilizados pelo Peame.

“A Acieg faz toda essa parte de mediação entre devedor e credor, para depois não ter nenhum tipo de impedimento para pegar o dinheiro, o empréstimo. É um projeto muito bem escrito onde a Acieg tira os impedimentos para que o empresário possa realmente pegar o dinheiro. O que acontece, como em qualquer outro projeto, é um número muito grande de inscritos e pouco recurso”, associa.

Segundo a GoiásFomento, a falta de documentos tem sido o maior obstáculo para aprovação dos pedidos. O presidente da agência, Rivael Aguiar, afirma que os recursos são suficientes, e que a estatal já trabalha com a expectativa de aumento da procura, principalmente pelos chamados MEIs, os microempreendedores individuais.

“Nós temos ainda em torno de R$ 70 milhões disponíveis, dos R$ 112 milhões, então o recurso ainda vai dar para muita gente. A previsão inicial é que a gente iria atender em torno de 8,5 mil beneficiários. Só que a gente está fazendo uma previsão de chegar próximo de 10 mil porque o volume de procura pelos microempreendedores individuais (MEIs) e autônomos está maior do que o que a gente esperava”, afirma.

Para o presidente da Acieg,o próximo semestre será decisivo para a recuperação do setor empresarial, em razão do período em que as empresas precisaram fechar as portas para evitar o avanço da pandemia.

“Nós acreditamos que os próximos seis meses não vão ser de dias fáceis, não, porque esses 30 dias fechados, o reflexo deles, virá nos próximos seis meses”, conclui.

Para ter acesso às linhas de crédito especiais do Peame, o primeiro passo é acessar o site www.goiasfomento.com, que contém todas as informações e os contatos dos correspondentes de crédito, que também podem auxiliar na contratação.

Os interessados também podem ser atendidos pela Agência de Fomento por meio do telefone (62) 3216-4900 ou WhatsApp (62) 3216 4999.

O Sebrae Goiás, via o 0800-570-0800, também presta apoio à instituição financeira no serviço de atendimento.