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Rubens Salomão

Governo condiciona verba de ICMS a “desempenho municipal” em Educação e Saúde

O governo estadual espera aprovação final na próxima semana de Proposta de Emenda à Constituição Estadual (PEC) que altera a distribuição dos recursos municipais referentes à arrecadação com o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O texto constitucional atual prevê que 25% do valor recebido pelo estado com o imposto deve ser repassado às prefeituras, sendo que 85% do bolo tem o critério econômico. Ou seja: recebe mais o município onde há maior movimentação financeira. Outros 10% são distribuídos de forma igualitária entre todas as cidades e 5% cumprem regras do ‘ICMS Ecológico’.

No entanto, a Secretaria de Economia argumenta que os critérios atuais causam “distorções” ao beneficiar “municípios com bases econômicas mais fortes, reforçando disparidades regionais no estado”. Diante disso, a PEC enviada pelo governador Ronaldo Caiado (DEM) reduz para 70% o Valor Adicionado Fiscal (VAF), em que recebem mais os municípios maior movimentação financeira, mantém em 10% a divisão igualitária e cria novos critérios para a distribuição dos 20% restantes, de acordo com o “desempenho” de cada município em áreas da administração pública. Pelo novo texto, 10% com base no desempenho em Educação; 7% para a saúde; e o ICMS Ecológico sofre redução para 3%.

A Secretaria de Economia ainda considera que “alguns estados brasileiros, seguindo a experiência seminal adotada no estado do Ceará e em conformidade com a atual Lei do FUNDEB, vêm utilizando a distribuição da cota-parte do ICMS como um mecanismo de incentivos visando a melhoria de indicadores municipais em algumas dimensões, notadamente na área de educação”. O texto da PEC ainda aponta como solução “diminuir o percentual de participação do VAF, devido ao seu caráter concentrador” e “implantar um sistema de compliance na apuração, de forma a que os valores estejam sujeitos ao mínimo de questionamentos”.

Tramitação

A nova distribuição do ICMS dos municípios, com base no desempenho em Educação e Saúde, foi alvo de emenda apresentada pelo deputado estadual Jeferson Rodrigues (Republicanos), com assinatura de 17 deputados.  Com isso, a PEC volta para a análise da emenda na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Às pressas

Reunião da CCJ já foi realizada ontem mesmo, depois da apresentação da emenda em plenário e teve o deputado Dr. Antônio (DEM) definido como relator. Ontem ainda, o democrata apresentou relatório pela aprovação, mas a votação na CCJ foi impedida por pedido de vistas dos deputados Humberto Teófilo (PSL) e Adriana Accorsi (PT).

Agilidade

A previsão agora é que as mudanças nos repasses de ICMS aos municípios sejam votadas nesta quinta-feira (02) em reunião extraordinária da CCJ, após sessão plenária ordinária. Depois disso, o plenário deverá ser reconvocado, para a aprovação da PEC em primeira votação.

Mudança

A deputada estadual Lêda Borges (PSDB) é a nova líder da oposição na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). O anúncio ocorreu nesta quarta-feira (01), por meio do deputado Hélio de Sousa (PSDB), sendo o título concedido de comum acordo pelos membros do partido na Casa.

Próximo

Hélio lembrou que Talles Barreto (PSDB) não pretende continuar com a atribuição, uma vez que migrou para a base do governador Ronaldo Caiado (DEM). Lêda agradeceu na tribuna. A propósito, Caiado chegou de helicóptero na última semana e teve reuniões com lideranças políticas na fazenda de Talles Barreto. Outros tempos…

Máscara

O deputado estadual Cairo Salim (PROS) apresentou projeto para flexibilizar o uso de máscara em locais abertos, em Goiás. Segundo o texto, “a utilização de máscaras de proteção facial individual contra a Covid-19 em locais abertos passa a ser facultativa em toda extensão territorial do Estado de Goiás”.

Explica?

Na justificativa, o parlamentar afirma que dados da pandemia, no Estado, permitem essa flexibilização. Ela aponta que, em 3 de novembro, “foram aplicadas 5.059.188 de doses relativas à 1ª aplicação e 3.353.969 de doses únicas ou relativas à 2ª aplicação, correspondentes a 72,09% e 47,79% da população goiana em geral, respectivamente”.

Posição estratégica

Agora aprovado para ser ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça acompanhou do gabinete do senador Luiz do Carmo (MDB-GO) a votação de sua indicação pelo plenário do Senado. Depois da vitória, parlamentares da bancada evangélica foram até o gabinete cumprimentar o novo ministro.

Tentativa

O ex-deputado estadual ainda busca espaço em chapa majoritária bolsonarista para tentar a reeleição ao Senado em 2022. Anunciou a desfiliação do MDB e tem participado da estruturação da pré-candidatura do deputado federal Vitor Hugo ao governo estadual.

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