O governo federal pretende lançar até o fim do ano mais três editais de leilões para viabilizar novas linhas de crédito do Eco Invest Brasil. O programa se dedica a financiar projetos sustentáveis e de longo prazo. O anúncio de criação ocorreu em fevereiro pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante reunião do G20. As linhas têm o objetivo de alavancar investimentos privados que promovam a transformação ecológica do país.
O conceito engloba atividades como produção de energia verde e reflorestamento. Todas têm origem dentro do Fundo Clima, que recebe aportes do Tesouro Nacional a partir de emissões externas de títulos soberanos sustentáveis. Segundo o governo, o Eco Invest busca criar condições estruturais para atração de investimentos privados externos. Os projetos, segundo a União, são necessários à transformação ecológica do país, que quer adotar conceitos inovadores e boas práticas financeiras. Inclusive com inclusão de critérios climáticos e ambientais, sociais e de governança.
O lançamento do primeiro edital do Eco Invest ocorreu por meio de portaria em 11 de julho. O processo envolve financiamento público e privado (“blended finance”), voltado a viabilizar novas unidades produtivas (“greenfield”) na área de sustentabilidade. As instituições financeiras têm até 60 dias para apresentar propostas. Ganharão aquelas que apresentarem maior percentual de participação de capital privado nos projetos. O financiamento por recursos públicos será de até US$ 2 bilhões, com taxa anual de juros de 1%, com aprovação pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Eco Invest
Em agosto, o CMN deverá regulamentar a linha para financiar a estruturação de projetos de longo prazo de transição ecológica, que tem elaboração em parceria com a Comissão de Valores Imobiliários (CVM). A previsão é que o edital tenha publicação em setembro.
Formato
O foco da nova linha do Eco Invest estará menos no valor do financiamento e mais no prazo e na carência, já que os projetos precisam de tempo para o desenvolvimento. Também será uma linha com maior risco, por envolver projetos ainda em elaboração.
Futuro
Na sequência, haverá lançamento de uma linha de liquidez para a cobertura de eventos de estresse cambial. O governo prevê também a implantação de outra linha voltada para o câmbio. Nesse caso, o objetivo será oferecer proteção cambial de médio e longo prazos.
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*Este conteúdo segue os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 12 – Consumo e Produção Responsáveis; ODS 13 – Ação Global Contra a Mudanças Climática; e ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Fortes.