Mudanças na legislação para punir os torcedores envolvidos em confusões nos estádios, e não os clubes. De acordo com o presidente do Vila Nova, Gutemberg Veronez, essa seria a solução. Em entrevista à Rádio 730, o mandatário colorado revelou que conta com apoio dos presidentes dos clubes rivais, Goiás e Atlético para tentar solucionar o problema da violência nas praças esportivas, o que acaba afastando, cada vez mais, famílias dos eventos.

Confira as principais falas de Gutemberg Veronez, presidente do Tigrão, em entrevista à Rádio 730:

“Impossível fazer futebol assim”

“Só tem uma solução, no meu ponto de vista. Semana passada, inclusive, liguei para o presidente Sérgio Rassi. Amanhã (terça-feira) iremos na Federação Goiana, pedindo a força da Federação, junto ao André Pitta, e também com o presidente do Atlético, Maurício Sampaio, que é o seguinte: ou muda essa lei ou é impossível fazer futebol. O clube não aguenta ser penalizado, sendo que a gente toma todas as medidas preventivas. Se o clube for multado, que essa multa seja para que esse torcedor, que brigou por qualquer motivo e prejudicou o clube, pague a multa. Não podemos mais ser responsáveis por vândalos. Tem de ser extirpado, banido realmente, proibir por 10, 15 anos esse cidadão que foi preso pela PM, que faz um trabalho fantástico com o tenente coronel Glauber. Essa pessoa que for presa ou punida não pode mais voltar nos estádios ou praça esportiva pública”.

União dos clubes da capital

“É uma preocupação de todos os dirigentes. Somos rivais, inimigos jamais. Para o bem do futebol goiano, temos de arregaçar as mangas e fazer algo”.

Posição dos clubes

“Se nós, dirigentes, imprensa, torcedores do bem, não fizermos isso, jamais vai acabar. Então, a pessoa sente no bolso e deixa de ver o jogo, independente se é Vila, se é Goiás ou Atlético. Brigou em estádio, tem de ser proibido. Coloca pulseira, tornozeleira, faz o que for, mas esse cidadão não pode mais entrar em praça pública. É inadmissível ter esse tipo de brigas no futebol, que cada vez mais afastam as famílias dos estádios. É um ponto de vista que nós temos, conversei com o presidente Sérgio Rassi, e não podem mais as instituições serem prejudicas por essas pessoas que vão já premeditadamente para brigar nos estádios”.

Punição por quanto tempo?

“Nunca mais é algo complicado, pois nem nossas leis permitem nada perpétuo, mas coloque durante 10, 15 anos, proibindo que esse cidadão entre em qualquer praça esportiva, seja em ginásio, no Serra Dourada, no estádio Olímpico. Isso tem de ser moralizado. Não tem condição o cidadão chegar lá e começar a mexer com tráfico de entorpecente, independente da torcida. Se mexe com droga, é bandido e tem de ser preso e punido de uma forma muito enérgica, porque se não o futebol brasileiro vai acabar. Tem de fazer igual foi feito na Inglaterra. Se não forem tomadas medidas sérias e drásticas, não teremos nenhum público dentro dos estádios daqui a algum tempo”.

Mudança na legislação

“Vamos pleitear e lutar para que essa legislação mude. É muito fácil hoje, já que o cidadão vai lá, briga, o clube leva uma multa de cinco mil reais, por exemplo, e tem de se virar para pagar, enquanto no outro final de semana, o cidadão está lá no estádio novamente, rindo. Tem de pegar essa pessoa e parcelar, nem que seja em 50 vezes, mas tem de fazer valer no bolso do cidadão. Se não pagar, tem de ir preso. Tem de mexer no bolso, pois está muito cômodo para essas pessoas que vão não para torcer, mas para brigar dentro dos estádios”.