Os conflitos decorrentes da invasão russa à Ucrânia estão se encaminhando para o sexto dia, a se completar nesta terça-feira, dia 1º de março. Para o historiador especialista em Relações Internacionais contemporâneas e Política Externa Brasileira, Paulo Fagundes Visentini, uma decisão do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pode definir os rumos do conflito que já deixa mortos e feridos no país, incluindo crianças. Assista a seguir a partir de 01:29:00

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”Em função da situação militar, o governo da Ucrânia está disposto a discutir. O que não está muito claro é se o presidente ucraniano, que não é um político e sim um humorista, se ele vai fazer uma avaliação realista da situação e atender algumas reivindicações russas, ou se ele acredita que talvez os países ocidentais podem ajudar mais e pressionar mais a Rússia, e nesse caso lamentavelmente nós teríamos um prolongamento do conflito”, afirma.

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Nesta segunda-feira (28), quinto dia de conflitos, representantes da Rússia e Ucrânia se reuniram pela primeira vez na região da fronteira com Belarus desde a invasão russa. O encontro ocorreu, entretanto, sem a presença de Zelensky. A negociação por cessar-fogo acaba sem acordo.

O assessor presidencial da Ucrânia Mykhailo Podolyak, informou à imprensa após a reunião que os representantes retornarão às suas respectivas capitais antes de uma segunda rodada de negociações.

Para o professor de História e Geopolítica, Norberto Salomão, do podcast Sagres Internacional, a guerra entre Rússia e Ucrânia só ocorre devido a sanções pouco efetivas aplicadas após a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014.

”A minha compreensão é que a reação do mundo ocidental à anexação da Crimeia pela Rússia foi muito tímida, baseou-se em sanções econômicas cuja eficácia é muito questionável e parece que nesses últimos anos o Vladimir Putin veio se preparando de uma forma bem metódica aguardando o momento muito adequado e conveniente para que ele pudesse fazer essa investida de uma forma mais efetiva”, afirma.