O presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, classificou como piada a acusação de racismo feita pela assessora do Brusque Futebol Clube durante partida contra o colorado no Onésio Brasileiro Alvarenga (OBA) neste sábado (2).

“É uma piada. A assessora lá, não sei nem qual é a função da moça lá, no Brusque, ela sozinha, de forma deliberada, afirmou que uma pessoa do clube que estava na arquibancada teria chamado o jogador de macaco. A gente não vê esse tipo de postura de nenhum time goiano, não me recordo aqui de ter nenhum tipo de situação desse estilo, mesmo porque é da nossa cultura. Olha o nosso time. Nos nossos uniformes a gente fala ‘Vidas Negras Importam’, eu me considero negro também”, afirma.

Segundo a assessora Lara Vantzen, um dirigente do Vila Nova teria chamado o atacante Jefferson Renan, do Brusque, de “macaco”, por volta dos 25 minutos do segundo tempo. Hugo Jorge Bravo diz que conversou com a funcionária do clube catarinense logo após a partida.

“Eu falei para ela, a única coisa que ela fez foi chamar a atenção para ela de algo que deveria ser da equipe dela que veio aqui, fez um bom jogo e conseguiu uma grande vitória. Ela veio, quis chamar a atenção, se tornou protagonista de forma negativa e como ela, no nosso entendimento, ela está agindo de forma caluniosa, ela também será representada por este diretor que está sendo acusado por ela por denunciação caluniosa. Ela vai ter que responder por isso”, diz.

Ainda na entrevista coletiva, Hugo Jorge Bravo fez o chamou de desabafo sobre o racismo. “Racismo hoje é dinheiro, gente. É dinheiro. Para com isso, pelo amor de Deus. Vai por eu, neguinho, andando de BMW, vê se a mulherada vai olhar de uma forma. Se eu fosse o Brad Pitt e andar de bicicleta, elas iriam olhar? Para com isso. A verdade é essa, é muito mimimi. Hoje a sociedade arrebenta com quem é pobre, seja loiro, branco ou o que for. É o pobre que se lasca nesse país”, dispara.

O presidente do Vila Nova disse que o futebol brasileiro está acabando, e criticou o que considera como “mimimi” por parte de jogadores, dirigentes e até a imprensa.

“O futebol brasileiro está acabando é por causa disso. É jogador ‘mimizento’, é imprensa ‘mimizenta’, é diretor ‘mimizento’. O povo não está preocupado com o que realmente importa, não está preocupado em utilizar a urna como instrumento de mudança social, não está preocupado nas relações interpessoais, em tratar as pessoas com maior respeito. Hoje a família está perdendo a sua essência, as pessoas falam menos de Deus do que em qualquer outro momento da história, nossos valores estão cada vez mais estraçalhados, e aí vem com uma piada dessa. Eu estou sendo franco. Eu fico vendo essas coisas, respeito, se estiver cometendo crime tem que ir lá responder, mas eu vou ser franco, hoje o problema do país, a discriminação é social”, afirma. “Aqui nosso clube, independentemente de opção sexual, de cor, todo mundo é tratado da mesma forma”, complementa.

Em nota no site oficial do clube, o Vila Nova afirma que “repudia todos os tipos de atos preconceituosos em qualquer forma de manifestação” e que “reafirma frequentemente, com ações práticas, o combate ao racismo, como no seu terceiro uniforme “Manto Do Povo” estampado com a frase Vidas Negras Importam“.

Ainda nota, o clube afirma que o próprio atleta do Brusque, Jefferson Renan, “ao ser consultado pela Polícia Militar, negou o ocorrido e não confirmou a acusação” e que  “a denunciante não apresentou prova e a situação está sendo apurada pelas autoridades”.

Confira a nota na íntegra a seguir

No segundo tempo da 4ª rodada da 2ª fase da Série C 2020, em partida entre Vila Nova e Brusque no Estádio Onésio Brasileiro Alvarenga (OBA), em Goiânia, a assessora de imprensa do clube visitante acionou a polícia alegando que um membro da diretoria vilanovense teria proferido palavras injuriosas de cunho racista em desfavor do atleta Jefferson Renan, camisa 20 do time catarinense.

Ao término da partida, o próprio atleta, ao ser consultado pela Polícia Militar, negou o ocorrido e não confirmou a acusação. Vale ressaltar que a denunciante não apresentou prova e a situação está sendo apurada pelas autoridades. Cumpre frisar que ninguém ao redor aduziu ter ouvido qualquer ofensa proferida.

O Vila Nova Futebol Clube repudia todos os tipos de atos preconceituosos em qualquer forma de manifestação. O clube reafirma frequentemente, com ações práticas, o combate ao racismo, como no seu terceiro uniforme “Manto Do Povo” estampado com a frase Vidas Negras Importam, reforçando seu histórico de luta popular, inclusão social e respeito.

A instituição se coloca à disposição para esclarecimentos e acompanhará de perto as apurações do caso.

VILA NOVA FUTEBOL CLUBE.

O jogo

Sobre a partida, derrota do Vila por 3 a 0 para o Brusque-SC, Hugo Bravo acredita que a equipe colorada vai conseguir a classificação, e citou o desempenho do time após a primeira derrota em casa no quadrangular contra o Ituano-SP no Olímpico.

“Quando a gente teve o brio ferido, nós conseguimos reverter na partida subsequente. Então é nisso que a gente se apega. Para conseguirmos o resultado, temos que ser competitivos”, afirma. “Estou confiante, acredito no poder de reação dessa equipe”, conclui.

Confira a entrevista na íntegra