Sagres em OFF
Rubens Salomão

Ibama atende parecer técnico e barra início da exploração de Petróleo na Amazônia

O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, seguiu o parecer técnico e negou a licença para a Petrobras perfurar poço em busca de petróleo na Amazônia. A decisão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis favorece a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em racha interno no governo com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. A exploração ocorreria na bacia da foz do Amazonas, a cerca de 160 quilômetros do litoral do Oiapoque, no Amapá.

O parecer, concluído em 20 de abril, aponta que o empreendimento era inviável do ponto de vista ambiental e cercado de insegurança técnica e jurídica. “Não restam dúvidas de que foram oferecidas todas as oportunidades à Petrobras para sanar pontos críticos de seu projeto. Mas este ainda apresenta inconsistências preocupantes para a operação segura em nova fronteira exploratória de alta vulnerabilidade socioambiental”. Foi o que escreveu o presidente do Ibama no despacho em que negou a licença ambiental.

A abertura de uma nova frente de exploração de petróleo na Amazônia é um dos grandes impasses do atual governo. A posição do Ibama favorece a posição de Marina Silva, que deve inclusive prestar informações sobre a questão à Comissão de Infraestrutura do Senado Federal. A perfuração do poço no chamado bloco 59 teria o potencial de abrir uma nova fronteira de exploração petrolífera na margem equatorial do Brasil. Em trecho que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá.

parecer petroleo
Foto: Litoral do Amapá, onde se localiza o Bloco 59, para exploração de petróleo. (Crédito: Elsa Palito/Greenpeace)

Parecer

A região abriga 80% dos mangues do país e um sistema de recifes ainda pouco estudado, considerado fundamental para a atividade pesqueira. Além disso, ainda são escassos os conhecimentos sobre a dinâmica das correntes marinhas locais. Essas condições, segundo o Ibama, tornavam difícil prever o que aconteceria em caso de eventual vazamento de óleo.

Origem

O processo de licenciamento estava em curso há nove anos, desde que a britânica BP era titular do bloco 59. O lote foi assumido como prioridade pelo atual presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Em posição que o colocou em rota de colisão com Marina Silva.

Promessas

A ministra avalia que o projeto é incoerente com o compromisso brasileiro com a transição verde e contra o aquecimento do planeta. Ao site Sumaúma, ainda em fevereiro, Marina afirmou que “a Petrobras não pode continuar como uma empresa de exploração de petróleo. Isso é um desafio para o governo e um desafio para os seus acionistas”.

Como é?

“Ela tem que ser uma empresa de energia que vai usar inclusive o dinheiro do petróleo para fazer essa transição [energética], para deixar essa fonte que é altamente impactante para o equilíbrio do planeta”, defendeu.

Leia mais da Sagres Em OFF:

Mais Lidas:

Sagres Online
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.