Foto: Vitor Monteiro/Sagres On

Roberto Pacheco dos Santos. Pelo nome completo, muitos podem não saber, mas pelo apelido, os torcedores do futebol goiano, com certeza, se lembram. Em especial, os colorados. Afinal, Bé é um dos grandes ídolos do Vila Nova Futebol Clube. Fez parte do elenco campeão estadual de 1993 e foi artilheiro no torneio daquele ano (29 gols) e também de 1994 (com 25 gols, ao lado de Baltazar).

Atualmente aos 54 anos, o ex-atacante, que atualmente mora no Distrito Federal, visitou o Onésio Brasileiro Alvarenga e concedeu entrevista à Rádio Sagres 730“Vim a passeio e para resolver uns problemas pessoais (em Goiânia) e, claro, arrumei um tempinho para vir matar saudades no OBA, já que foi nesse gramado que dei um passo muito grande na minha vida no futebol”.

“Assisto todos os jogos do Vila, direto de Brasília. Estou em grupos de torcedores, sempre buscando as informações sobre o clube. Sou um vilanovense de carteirinha assinada. Uma coisa que aprendi, na época que jogava, é que o Vila tem tudo para subir para a Série A. Se depender da torcida, o Vila sobe nesse ano, mas os jogadores precisam se empenhar ainda mais em campo para que isso aconteça”.

Segredo para o sucesso e idolatria

Nos últimos anos, o Vila Nova tem batido na trave na questão acesso. De acordo com Bé, a união é fundamental para que o clube consiga cumprir seus objetivos. “Para um time ter sucesso tem de estar entrosado dentro e fora de campo. Tem de ser uma família, ter os companheiros como irmãos mesmo, jogar por eles. É preciso a união dentro e fora de campo”.

Desde 2015, o Vila Nova não tem um ‘matador’. O último foi Frontini, que brilhou nas conquistas da Divisão de Acesso e Série C, com 23 gols (14 no estadual e 9 no nacional). Questionado sobre o que é necessário para um ‘camisa 9’ fazer sucesso, Bé deu dicas, lembrando os ensinamentos de um histórico artilheiro. “É bastante treinamento, dedicação e, dentro da área, tem de ter frieza. Olhar o pé de apoio do goleiro, para chutar nessa direção, sempre ter convicção em fazer as jogadas pensadas. Foram ensinamentos de um grande treinador que tive, que foi o Dadá Maravilha. Ensinar é difícil, pois o jogador já nasce sabendo. A gente pode ajudar a lapidar o jogador, ensinar não tem como. O Dadá me lapidou, já que eu era um atleta meio durão. Hoje em dia, faltam treinamentos. Muitas das coisas que fazia no Vila, não vejo o pessoal fazendo atualmente, que são chutes a gol, cabeceios. Se você não treinar isso, não vai conseguir fazer no jogo”.

Sobre os grandes nomes da história colorada, o ex-jogador enalteceu outros atacantes, destacando, como Roni como o principal deles. “Acredito que, na minha opinião é o Roni. Tem muitos ídolos e isso vai de cada torcedor, de cada época. Eu sou da década de 90, depois teve o Roni, o Anderson, o Túlio, grandes ídolos”.

Por fim, Bé se divertiu ao ser questionado sobre quantos gols seria capaz de anotar no futebol atual, na Série B 2019. “Eu não era de prometer e sim de fazer gols. Se eu tivesse umas 30 oportunidades no campeonato todo, te falo que faria uns 22 gols” (risos).