Jornalistas falam sobre 7 a 1 (Foto: Monara Marques)

O dia 8 de julho de 2014 estará para sempre na história do Brasil. Não só por ser eliminado em uma Copa do Mundo em casa, mas também por ter sido o maior vexame da seleção brasileira em seus 104 anos. Nesta terça-feira, dia 27 de março, quase quatro anos após o fatídico jogo, o time canarinho reencontrará os alemães, no estádio Olímpico, em Berlim. Uma partida que também é especial para a equipe tetracampeã, inclusive para os jornalistas.

Apesar de ser um simples amistoso, a mídia alemã está toda mobilizada. Na coletiva de imprensa do técnico Joachim Löw, mais de 60 representantes da imprensa estiveram presentes. Ao longo dos questionamentos para o treinador, um tema foi recorrente: o 7 a 1.

Repórter do jornal Hamburger Abendblatt, Kai Schiller esteve no Brasil para a Copa do Mundo de 2014 e jamais esquecerá daquele dia 8 de julho.

“Foi uma noite bem estranha. Após o jogo, nós estávamos no estádio e ninguém acreditava, especialmente nos minutos 20 a 30 (quando a Alemanha marcou quatro gols). Acho que foram quatro gols neste momento. Foi muito estranho estes 90 minutos. Ninguém acreditou que este jogo aconteceu. Uma noite histórica, que nunca aconteceu antes e que nunca vai acontecer mais”, disse o jornalista.

Apesar de todo o espanto que o 7 a 1 causou, principalmente por ser a seleção brasileira, única pentacampeã mundial, nem todos ficaram assustados.

“Este jogo foi um choque para todo mundo, mas não deveria ser. O jogo mostrou como a seleção brasileira estava ultrapassada. Nas Copas anteriores, Alemanha e África do Sul, ainda existia a coisa de que o futebol brasileiro era moderno. O Dunga foi algo inexplicável. Ainda bem que agora tem o Tite, um técnico mais moderno, e outros do futebol brasileiro, como Jair Ventura. O 7 a 1 nunca mais vai aconteceu e o mundo não ficará surpreso como ficou em 2014”, classificou Samindra Kunti, da BBC.

Para a jornalista Kerstin Von Kalckreuth, da ARD Radio, o reencontro alemão com os brasileiros é especial, mas de uma diferente forma.

“Eu acho que para os brasileiros é mais importante que para os alemães. Foi algo especial, mas o jogo contra a Argentina (final) foi mais. Não tem essa importância toda a semifinal. Os alemães amam enfrentar o Brasil, é um dos melhores do mundo. E todos sabem que o Brasil hoje é bem melhor que 2014. O respeito é muito grande. Todos sabem que nunca mais vai ter um 7 a 1. Foi um jogo em que a pressão para o Brasil foi muito grande. Nunca mais vai ter outro 7 a 1”, concluiu.