Os incêndios no estado do Amazonas tem tornado o ar da região metropolitana de Manaus extremamente poluído. Os focos de calor na região cresceram 147% no mês de outubro no estado do Amazonas se comparado com o mesmo mês de 2022. Essa combinação fez com que a capital amazonense registrasse uma das piores qualidades do ar do planeta na última quarta-feira (11). Apesar da forte chuva de sábado (14), a situação ainda preocupa e muito.
Em entrevistam, o presidente do Ibama, Ricardo Coutinho, frisou que a “Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a qualidade do ar, no máximo, não ultrapasse 20 microgramas por metro cúbico (µg/m³)”. Atualmente, Manaus registra 225 µg/m³, mais que dez vezes o índice recomendado pela organização internacional.
No entanto, de acordo com a plataforma Selva, que monitora os níveis de poluição do ar em Manaus, a poluição chegou a ultrapassar os limites da escala que mede os níveis de partículas por metro cúbico. Numa escala de 0 a 160 µg/m3, a capital chegou a atingir 499 µg/m3, entre 8h e 9h da manhã de quarta-feira (11).
A diretriz da OMS para a concentração de material particulado na atmosfera, contudo, é de, no máximo, 50 µg/m3 para um período de 24 horas.
Incêndios
Os focos de calor cresceram 147% no mês de outubro no estado do Amazonas se comparado com o mesmo mês de 2022. Outubro, porém, reverteu a tendência observada até setembro de redução dos incêndios no Amazonas. Se considerado o acumulado de janeiro à 12 de outubro, houve redução de 11,3% nos focos de calor.
Operado pelo INPE, o Programa Queimadas identificou 2.770 focos de calor ativos no Amazonas desde o dia 1º de outubro – o número já é um recorde histórico e supera o total registrado em outubro de 2022 (1.503). De acordo com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, o principal vetor das queimadas é o desmatamento.
“Não existe fogo natural na Amazônia. O fogo é feito propositadamente por criminosos ou é a transformação da cobertura vegetal para determinados usos e, depois, o atamento de fogo”, explicou a ministra.
Conforme o MapBiomas, projeto que mapeia anualmente a cobertura e uso da terra do Brasil e monitorar as mudanças do território, durante o mês de setembro, quase 4 milhões de hectares foram queimados em todo o Brasil, o que representa quase a metade dos 9 milhões de ha queimados desde janeiro de 2023. Desse modo, a Amazônia foi a mais afetada pelo fogo: 1,9 milhões de ha foram queimados no último mês, o que representa 49,6% do total. Já o Cerrado vem logo atrás, com 1,7 milhão de ha (44,6%).
O Ibama doou 200 kits de equipamentos para o governo do Amazonas. O objetivo é que o estado consiga contratar mais brigadistas. Alémm disso, o instituto disponibilizou dois helicópteros para atuar em operações de combate aos incêndios.
*Este conteúdo está alinhado ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) ODS 13 – Ação Global Contras as Mudanças Climáticas
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