O dia 26 de abril foi a data escolhida para celebrar um importante personagem no futebol, embora nem sempre reconhecido: o goleiro. Pequenos detalhes podem definir o sucesso ou o fracasso do único jogador liberado para usar as mãos dentro das quatro linhas. No futebol goiano, diversos jogador com o número 1 nas costas fizeram história. Como Amauri, que brilhou durante os anos 1970 com a camisa do Goiás.

Entrevistado pela Sagres 730, o ex-goleiro esmeraldino relembrou com muito carinho sua passagem pelo clube da Serrinha, em que “tive a oportunidade de defender essa camisa por um longo tempo, foram nove anos de luta. Para mim, foi muito importante ter tido esse tempo de jogo no Goiás”. Durante as temporadas de 1972 e 82, José Amauri Soares dos Santos, ou simplesmente Amauri, foi referência na posição e ajudou seu time a conquistar o bicampeonato goiano de 75 e 76.

Amauri (Foto: montagem/Sagres Online)


Carioca de Santo Antônio de Pádua, foi revelado pelo Flamengo, onde estreou profissionalmente em 1971. Depois de quase uma década no Goiás, jogou ainda por Americano e Tupi antes de encerrar a carreira em 88. Pelo time esmeraldino, Amauri detém até hoje o recorde de maior tempo sem sofrer gols no Campeonato Brasileiro, quando em 73 não foi superado por 589 minutos. Em 76, também teve destaque ao ter sido o goleiro menos vazado da temporada, em que o Goiás chegou até as semifinais do torneio nacional.

Em 1973, inclusive, o Goiás foi o primeiro clube goiano a disputar o Campeonato Brasileiro. Amauri ressaltou que “antigamente, os clubes tinham excelentes jogadores e isso era importante para nós. Com 21 anos, disputei meu primeiro Brasileiro com o Goiás, então isso me deu uma base muito grande. Eram timaços, e nós, dentro da nossa humildade, de vez em quando ‘beliscava’ esses times, principalmente na época do estádio Olímpico. Perdemos uma partida, que foi para o Cruzeiro, por 1 a 0, o resto eram ‘favas contadas’”.

O trabalho do goleiro mudou muito ao longo do tempo com a evolução do esporte. Para o ex-camisa 1 esmeraldino, “o que mais evoluiu foram as condições dos campos. Hoje as bolas e as luvas também são melhores, o próprio uniforme do goleiro é mais leve. Mas os campos hoje são verdadeiros tapetes. Na nossa época, eram poucos campos que tinham essa grama de hoje”.

Ídolo do Goiás, Amauri viu outros grandes goleiros seguirem seu legado. Sobre o melhor que viu, “de todos esses goleiros depois da minha fase, para mim é o Harlei. Pela longevidade dele como titular, o que o engrandece muito, e gostava muito de ver o Harlei jogar. Esse rapaz que está hoje como titular, o Tadeu, é um excelente goleiro e tem tudo para também fazer história dentro do Goiás”.

A rivalidade com o Vila Nova, claro, não foi esquecida. “Ganhar do Vila era a melhor coisa que poderia existir, e perder era a pior (risos), porque o Vila também tinha um senhor ‘timaço’. Uma coisa interessante, que esquecem de falar, tinha um time de futebol que era uma coisa maravilhosa, o Goiânia. O Atlético Goianiense também. Mas era maravilhoso ganhar do Vila, porque era a alegria da nação esmeraldina. Como se diz, os periquitos ficavam todos eufóricos quando ganhávamos do Vila”, destacou.

Amauri, que afirmou adorar ver futebol ainda hoje, afirmou que o melhor goleiro da atualidade “é o Alisson. Tem aquele do Bayern, o Neuer, e o do Real Madrid, o Courtois, e para mim são os três melhores goleiros do futebol mundial”. O ídolo esmeraldino acrescentou que “hoje trabalho no clube campestre aqui de Santo Antônio de Pádua, apesar dos 68 anos. E sempre antenado no futebol, que é uma coisa que amo”.

Ouça na íntegra a entrevista com o ex-goleiro do Goiás:

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