O presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, o ex-deputado federal Jovair Arantes, respondeu às críticas do comentarista esportivo Walter Casagrande, do grupo Globo. O ex-jogador classificou a decisão do clube goiano de vacinar a delegação rubro-negra nesta semana no Paraguai, após a vitória sobre o Libertad pela Copa Sul-Americana, como “um absurdo” e “falta de respeito e empatia” com as vítimas da Covid-19.

Neste domingo (9), antes da partida decisiva contra o Grêmio Anápolis pela semifinal do Goianão 2021, Jovair fez duras críticas ao comentarista, que sofreu de dependência química por 37 anos.

“Se perguntasse se ir lá no Paraguai buscar cocaína era bom, ele iria falar que é, porque ele é viciado em droga não está acostumado com preparo físico, com qualidade de vida, com respeitar a vida, com preservar vidas”, afirma. “Que qualificação moral que aquele senhor tem para fazer qualquer crítica a qualquer setor da sociedade. Ele não pode, por exemplo, criticar nem os bandidos que trazem as cocaínas para cá porque ele era um dos que incentivava esse tráfico de drogas para o Brasil”, completa, em entrevista à Rádio BandNews FM de Goiânia.

Marlon Freitas recebe dose da vacina contra a Covid-19 na sede da Conmebol (Foto: Conmebol)

Vale ressaltar que os clubes brasileiros que atuam na Copa Sul-Americana ou pela Copa Libertadores da América, se optarem por vacinar seus atletas, devem fazê-lo fora do território nacional. Isso porque as vacinas doadas à Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), caso entrem no Brasil, terão de ser repassadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), como determina a atual legislação (Lei nº 14.125/2021) para utilização no Programa Nacional de Imunizações (PNI).

“O que o Atlético fez, e fez muito bem, foi vacinar lá porque é uma vacina oferecida pela Conmebol sem nenhum centavo do Brasil. Significa, esse volume de vacinas que estamos tomando, economia para o Brasil, e nós entendemos que a prática esportiva tem que ser preservada também, como a vida”, afirma Jovair.

O presidente do Conselho Deliberativo do Atlético criticou o que chamou de jogo político da vacinação contra a Covid-19 no Brasil. “Se necessário fosse nós estaríamos comprando as vacinas para nossos atletas. Não pode comprar. O governo brasileiro, me desculpe, imbecilmente não permite que se compre as vacinas, porque se permitisse o Brasil já estava quase todo vacinado. Eles ficam fazendo guerra política, e eu sou político, eu posso falar, em vez de procurar trazer as vacinas”, avalia.

A Sagres tentou contato com o jornalista Walter Casagrande para comentar as declarações de Jovair, mas não obteve resposta até esta publicação. O espaço segue aberto.

Vacina

Jovair Arantes é investigado pelo Ministério Público de Goiás por ter se vacinado contra a Covid-19 sem apresentar documento para provar que trabalha no combate à Covid-19. O ex-deputado foi vacinado em 4 de fevereiro, no início da campanha, na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia.

À época, para tomar a vacina, era preciso apresentar a carteira profissional, comprovantes de endereço e de atuação, mostrando que os dentistas estão atendendo pacientes durante a pandemia de coronavírus.

“Sou cirurgião dentista, formado pela Faculdade de Odontologia João Prudente, com CRO 1.852, pago meu Conselho Regional de Odontologia desde quando me formei. Estou apto a ser dentista onde e quando eu quiser no Brasil, porque tenho Conselho Regional e o Federal de Odontologia, então significa que sou um profissional de saúde. Eu tenho idade, então estou incluído em todas as áreas”, afirma. “O Brasil está muito cheio de mimimi, cheio de gente imbecil que quer aparecer em cima dos outros”, complementa na entrevista à Rádio BandNews FM.

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