Jovens aprendizes da Rede Nacional de Aprendizagem, Promoção Social e Integração (Renapsi), participaram de uma oficina de Língua Brasileira de Sinais (Libras). O objetivo dessa capacitação é ensinar noções Libras para a turma de jovens, compreender o contexto social e a importância da Libras para a comunidade surda, aprender sinais relacionados ao ambiente de trabalho e estabelecer comunicação básica com surdos.

Foram sete aulas ministradas ao longo de sete semanas, sempre das 10h às 11h45 da manhã. “O conteúdo escolhido foi os sinais básicos da comunidade surda como os sinais de família, o alfabeto manual, numerais e algumas curiosidades também”, explica a instrutora de Libras Eduarda Lorrany.

Eduarda que esteve à frente o projeto “Libras Pra Quê?” pontua que os jovens participaram bastante e demonstraram interesse em continuar aprendendo. “Foi muito produtivo! Os jovens demonstraram muito interesse em continuar estudando e procurando se aprimorar. Eles já conseguem fazer vários sinais. Inclusive tivemos relatos de jovens que conseguiram atender pessoas surdas em seus locais de trabalho”, pontua.

Visão do jovem

A jovem aprendiz Sabrina Ribeiro contou que nunca tinha pensado em aprender libras, mas que após a oficina quer se aprofundar no tema.

“Eu faço faculdade de Educação Física, quero ser professora. Depois da oficina percebi a necessidade da Língua Brasileira de Sinais, agora já penso em fazer uma especialização. Fiquei me questionando em como posso ser professora se não consigo conversar igualmente com todos os meus alunos. Acredito que é essencial continuar estudando sobre isso.”

Jovem aprendiz Sabrina Ribeiro, 19 anos de idade

A Geovana de Sousa Vilela, de 16 anos, teve o primeiro contato com Libras no ensino fundamental. Essa oportunidade de aprendizado despertou curiosidade e vontade de aprender.

“Eu tive contato na terceira série, mas com o tempo a gente vai esquecendo. Quando eu fiquei sabendo que a turma teria aula de Libras fiquei super feliz. Agora que eu sei como é importante quero continuar estudando sobre. É importante a gente perceber que a falta de inclusão é um problema e nós podemos mudar isso”, frisa.

Geovana de Sousa Vilela, jovem aprendiz de 16 anos de idade

A Maria Eduarda Caetano, jovem aprendiz de 17 anos, já tinha interesse em aprender e até sabia algumas palavras. Ela aproveitou bastante a oportunidade e tem até um sinal favorito.

“Eu cheguei a olhar cursos, mas nunca me inscrevi. Até que apareceu essa oportunidade aqui na Renapsi e eu não pensei duas vezes em me inscrever para participar. Como eu queria bastante, gostei logo de cara. Sabia algumas palavras por ter contato com algumas pessoas surdas e agora eu consegui aprender bem mais. Tenho até meu sinal preferido que é o do meu nome.

Maria Eduarda Caetano, jovem aprendiz de 17 anos de idade

Libras

A Língua Brasileira de Sinais é usada por milhões de brasileiros surdos e ouvintes. De acordo com o IBGE, há mais de dez milhões de pessoas com alguma deficiência auditiva no Brasil. O desenvolvimento de políticas de inclusão para a comunidade surda fez com que, em 2002, a Libras fosse reconhecida como língua oficial durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, pela Lei nº 10.436.

A oficina faz parte do projeto de estágio de alunas do curso de Letras Libras da Universidade Federal de Goiás, (UFG). Os temas abordados com os jovens aprendizes são: a Cultura e Identidade Surda, alfabeto manual, numerais cardinais e ordinais, cumprimentos, cores, família, alimentos, advérbios de tempo e de lugar, pronomes pessoais, interrogativos e demonstrativos, verbos, contextualização de atendimento e comunicação e profissões.

Beatriz Yassunaga é uma das instrutoras que orientaram os jovens. “Eu gostei demais! É o nosso segundo estágio prático e foi uma experiência diferente, já que o primeiro fizemos dentro da faculdade. Aqui nós tivemos mais autonomia e ficamos mais próximas dos jovens foi uma ótima experiência e os meninos ficaram bastante interessados no curso”, explicou a estudante.

Beatriz acredita que essa oficina vai ajudar a abrir os horizontes dos jovens. “Eles já mostraram interesse em continuar estudando e aprendendo mais sobre inclusão. É isso que a gente quer, que eles estudem e pratiquem. É um aprendizado constantemente, esperamos que eles continuem.”

Leia mais: