A equipe feminina do Roma, time de futebol amador de Senador Canedo, não conseguiu se classificar para as fases finais da Taça Das Favelas deste ano, mas rendeu uma bela história a ser contada pelo Sistema Sagres de Comunicação. A personagem é a Gabriela, Jovem Aprendiz do Demá Jovem by Renapsi e integrante do programa Aprendiz do Futuro do Governo de Goiás. Ela participou do torneio pela primeira vez e é uma das milhares de jovens que buscam no esporte a oportunidade de mudar de vida.

A motivação para ser goleira e se dedicar ao futebol vem da avó, Maria Valdeci, falecida há alguns anos e que foi sua grande incentivadora. Gabriela é goiana, morou no Maranhão com a avó e só retornou para seu estado após o falecimento. A perda da pessoa mais importante da sua vida, deu ainda mais força para não desistir de seus sonhos.

“Eu já tinha conversado isso (sonho de ser jogadora) com minha avó. Infelizmente ela faleceu, mas estou cumprindo o que conversei com ela”, revelou a jovem atleta à Sagres.

Gabriela treinando no CT do Dragão (Foto: Alan Deyvid/ACG)

No último dia 15/09, Gabriela completou 16 anos e ganhou um presentão. Ela foi até o CT do Dragão, centro de treinamentos do Atlético-GO, para conhecer a estrutura de um clube de futebol e assistir de perto, pela primeira vez, o treino de um goleiro profissional.

Na ocasião, ela conheceu Renan, goleiro rubro-negro que tem uma estreia ligação com a Taça das Favelas. Carioca, ele é padrinho do Esperança FC, equipe que disputa a competição no Rio de Janeiro. Por isso, o jogador sabe da importância dessa inclusão dos jovens no meio esportivo.

“O Esperança FC é da comunidade onde fui criado, então eu sei bem como que é, fiz parte desse projeto também. Hoje estou aqui com a Gabriela, com a oportunidade de treinar um pouco junto, passar alguns conselhos para ela. Desejo sorte para ela e que ela aproveite todas as oportunidades”, disse Renan.

Fora das quatro linhas

Os ensinamentos da avó Maria Valdeci não ficaram restritos apenas ao campo de futebol. Ela também mostrou para Gabi a importância de se dedicar aos estudos, tanto que ela já sabe que profissão irá seguir fora das quatro linhas. “Uma coisa que quero focar bastante também é no direito, quero ser policial, é um sonho que tenho desde pequena. Depois comecei no futebol, vou focar agora nos dois e qualquer um que der certo eu estarei muito grata”, afirmou.

Quem também reforçou a importância de conciliar os treinamentos com a sala de aula foi o goleiro atleticano, que contou do esforço que fazia para não abandonar os livros. “Na minha época de base eu estudava à noite, dava o meu jeito, fazia minha correria. Treinava durante o dia e ia para o colégio à noite para conseguir concluir os meus estudos. Independente da carreira, o estudo é fundamental”.

Renan e Gabriela treinam juntos no CT do Dragão (Foto: Alan Deyvid/ACG)

Experiente e com grandes clube no currículo, inclusive com muitos anos na Europa, Renan destacou que o conhecimento adquirido na escola também foi importante para o seu desenvolvimento como goleiro profissional.

“Com certeza sou uma pessoa muito mais esclarecida. Consegui terminar os meus estudos e absorver tudo aquilo que eu precisava para estar mais preparado para o mundo, para o futebol e para vida num modo geral”, pontuou.

Por isso, independente da carreira que for seguir, Gabriela já sabe o caminho que tem que seguir. “Se ela pretende continuar no futebol ou estudar direito, que ela continue firme e dedicada em tudo que for fazer”, pontuou Renan.

Melhor aniversário”

Além dos conselhos de um ídolo, Gabriela também pode suar a camisa e treinar por alguns minutos no CT do Dragão. Ao lado de Renan, ela recebeu instruções de Nonô e Markus Vinícius, preparadores de goleiros do Atlético-GO, e apesar do “treino pesado”, a jovem jogadora ressaltou o desejo de continuar praticando o esporte.

Gabriela e recebe instruções de Nonô, preparador de goleiros do Atlético-GO (Foto: Alan Deyvid/ACG)

Mas os presentes não pararam por aí. Ela ganhou camisa oficial do Atlético-GO, luvas e chuteiras, “instrumentos de trabalham” que servem de incentivo para alimentar a esperança e dar motivação para que ela continue lutando para alcançar os seus sonhos.

“Ninguém vive só de expectativa, temos que lutar para vencer e acho que já estou vencendo já”, afirmou Gabriela, que resumiu o seu 16º aniversário com uma só palavra: gratidão.

Gabriela e o Dragolino, mascote do Atlético-GO (foto: Alan Deyvid/ACG)