O promotor Marcelo Borges Amaral, titular da 1ª promotoria de Pires do Rio, informou nesta sexta-feira (22) que a justiça acatou o pedido de afastamento de Assis Silva Filho, secretário de saúde da cidade, por 60 dias. O promotor afirmou que o afastamento foi pedido para evitar que ele possa interferir na fase de investigação e possa privilegiar outras pessoas que são da sua afinidade.

Conforme apurações iniciais, Assis determinou a quebra da ordem da vacinação da Covid-19 para beneficiar a própria esposa, que não se encaixava no grupo prioritário neste momento. O pedido foi aceito pelo juiz José dos Reis Pinheiro Lemes, da comarca local.

Segundo apurou o MP-GO, inicialmente estariam recebendo a vacina em Pires do Rio apenas profissionais da saúde, pessoas idosas residentes em instituições de longa permanência, pessoas a partir de 18 anos com deficiência, moradores em residências inclusivas e a população indígena. Contudo, explica o promotor de Justiça Marcelo Borges Amaral, autor da medida cautelar, o secretário determinou a vacinação de sua esposa e justificou o ato nas redes sociais dizendo que o fez para “preservar a vida e a saúde da mulher da minha vida”.

Segundo Marcelo Borges Amaral, o ato constitui, supostamente, crimes de abuso de autoridade e prevaricação, uma vez que o secretário confessou que se utilizou do cargo movido por sentimentos pessoais. As investigações prosseguem durante o afastamento do Assis Silva Filho. Também foi instaurado procedimento para apurar possível prática de ato de improbidade administrativa.

Segundo o MP, o afastamento teve por objetivo impedir que o Assis Silva Filho prejudique as investigações e continue se utilizando do cargo para privilegiar pessoas indevidamente no processo de vacinação da Covid-19.

Em nota enviada mais cedo à imprensa, a prefeitura da cidade disse que as devidas providências já estão sendo tomadas e que a apuração dos fatos já está sendo realizada.

O Sagres Online não conseguiu contato com o secretário.