Secretário de estado da saúde, Ismael Alexandrino (Foto: Rubens Salomão/ Sagres On)
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) está realizando menos exames de covid-19 em Goiás do que a capacidade diária de produção do Laboratório de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen), revelou o secretário de Saúde, Ismael Alexandrino, em entrevista à Sagres 730 nesta sexta-feira (24). Por isso, o secretário encaminhou ofício ontem a todos os secretários municipais de saúde, solicitando para coletarem material dos pacientes diagnosticados pelos médicos com sintomas da doença e enviarem ao Lacen. Ismael explica que esses exames são importantes para controle epidemiológico da doença no Estado.
O Lacen tem condições de fazer 100 testes diários. Mas depois de convênio realizado com a Polícia Técnico-Científica da Secretaria de Segurança Pública, sua capacidade aumentou para 250 exames por dia. Além disso, há possibilidade de aumentar essa produção com laboratórios da Universidade Federal de Goiás (UFG) e da PUC-Goiás. No entanto, entre quarta e quinta-feira, o Lacen divulgou resultados de apenas 45 exames.
A subutilização do Lacen pode ser identificada no relatório diário da doença divulgado pela SES. Nesta quarta-feira (22), a secretaria informou que já foram realizados em Goiás só 2.605 testes de covid-19 (soma dos casos confirmados com os descartados e os óbitos). Na quinta, esse número era de 2.650. Já o número de pedidos à espera de análise saltou de 97 para 162 de quarta para quinta-feira. Em contrapartida, o relatório informa que há 7.053 casos suspeitos, sem pedidos de exames.
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Ismael Alexandrino revelou que há um ritmo de crescimento da contaminação pelo novo coronavírus em Goiás. “Comparando o aumento de caso em relação a outros Estados, por exemplo Amazonas, São Paulo e Rio de Janeiro, nossa situação é um pouco mais favorável, mas isso não nos permite relaxar e nem achar que a coisa está boa”, pontua o secretário. De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pela SES-GO, Goiás registrou mais duas mortes por coronavírus. Com isso, o número oficial do total de óbitos pela doença no Estado sobe para 23, sendo 30% delas registradas na última semana. O número de casos confirmados subiu para 453.
De acordo com o secretário, algumas prefeituras do Estado estão liberando abertura de estabelecimentos sem o devido respaldo. Conforme o último decreto, o secretário de Saúde em cada município deve adotar medidas de segurança e emitir uma nota técnica respaldando o prefeito. O que, segundo ele, não está sendo realizado em alguns municípios. “O que nós temos visto é que há uma flexibilização de forma deliberada, sem esse respaldo técnico científico, mais por um achismo. O que pode acarretar problemas juntos aos órgãos de controle, sobretudo o Ministério Público, para esses administradores municipais”, ressalta.
Outro ponto destacado pelo secretário é o grande número de pessoas nas ruas e a grande maioria sem máscaras. Segundo ele, em suas visitas ao interior do Estados o secretário constatou que esse não é um problema apenas da capital. Ele ressalta que mesmo com números razoáveis, a população não deve relaxar com as medidas de segurança contra o coronavírus. “Isso porque a doença pode se espalhar tão rapidamente ao ponto de que todos leitos sejam ocupados em dois dias”, alerta. “O que temos visto de exemplo de outros Estados é que, quando dispara o número de casos, isso é muito rápido e em cerca de dois ou três dias o serviço se encontra em apuros. Então é necessário o cuidado”.
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