Sagres em OFF
Rubens Salomão

Lideranças do PP cortejam Caiado em Anápolis em busca de aliança e vaga ao Senado

“A foto fala por si”. As palavras do prefeito de Anápolis, Roberto Naves, mostram que a reaproximação buscada por ele, entre o governador Ronaldo Caiado (DEM) e o presidente regional do PP, Alexandre Baldy, ainda não será materializada. No entanto, o gestor espera que os sinais dados ontem, em evento de entrega da comenda Gomes de Souza Ramos, apresentem frutos para composição em 2022.

Ouça a coluna Sagres em OFF:

O prefeito fez da cerimônia um evento político, na noite desta terça-feira (27), com a presença das principais lideranças nacionais do PP: o senador e agora ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira; presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira; o ministro das Comunicações, Fábio Faria, além do próprio Alexandre Baldy. Os pepistas buscaram de Caiado uma manifestação clara por possível aliança no próximo ano, com vistas à indicação do candidato a Senado na chapa governista. As declarações do governador, no entanto, foram apenas protocolares e cautelosas, tanto nos bastidores quanto no discurso.

Já Ciro Nogueira, Lira e Naves foram só elogios a Caiado, enquanto que Baldy teve foco na valorização das parcerias, com retrospecto de ações desde quando foi ministro no governo de Michel Temer. Ciro, em rápido discurso, fez questão de citar que a presença de lideranças nacionais representava disposição para “firmar compromisso” com Ronaldo Caiado pelo “desenvolvimento do estado”. A opção, por enquanto, no Palácio das Esmeraldas, é não tratar antecipadamente da composição de chapa ou alianças. A opção de conversa com o PP, no entanto, foi reaberta ontem.

Confira o episódio anterior: Após agressão, OAB pede R$ 100 milhões do governo para Fundo de Direitos Difusos

Ouça trechos dos discursos em Anápolis no podcast da coluna multimídia Sagres Em Off, às 8h na Rádio Sagres 730 AM, ou assista em transmissão em vídeo no youtube.com/sagrestv

Foto: Clique convocado pelo prefeito Roberto Naves durante evento político em Anápolis. (Crédito: Reprodução)

Pelo centro

O deputado federal Arthur Lira, como líder do Centrão, fez questão de convocar os presentes, inclusive Caiado, a buscar a luta contra a “polarização” política no país. Segundo o presidente da Câmara, as disputas entre opostos “mais atrapalha do que ajuda o Brasil”.

Orçamento paralelo

O líder do PSL na Câmara Federal, Major Vitor Hugo (GO), tem colecionado insatisfações entre colegas na Casa por ser apontado como “gerente” do orçamento secreto do governo federal. O parlamentar seria o articulador de um “sistema de castas” criado por Arthur Lira (PP) para liberação do dinheiro para deputados próximos, o que tem gerado desavenças.

Aos amigos

Vitor Hugo um próprio sistema para divisão dos recuros paralelos entre membros do PSL. Segundo mostra reportagem do jornal O Globo, a distribuição das emendas vindas do orçamento secreto, repartido por Lira, ocorreria de acordo com critérios próprios, sem avaliação equânime no partido. Os protestos durante o recesso, sem os corredores da Câmara, são registrados em grupos de whatsapp.

Valores

Vitor Hugo teria guardado R$ 100 milhões para indicações do próprio mandato e, desse total, levado benefícios a muncípios de bases eleitorais de outros deputados eleitos por Goiás. A situação causou conflito, por exemplo, com Glaustin da Fokus (PSC), em Corumbá.

Torta de climão

Major Vitor Hugo enviou R$ 1 milhão para a cidade, enquanto que Glaustin, destinou somente R$100 mil. “O que houve foi um desgaste político. Ele (Major Vitor Hugo) fez convite para o prefeito, que é da minha base, acompanhá-lo, mas já conversamos e resolvemos. São brigas políticas normais”, afirmou o parlamentar.

Agro

Puxado por um forte aumento do faturamento da pecuária, o sistema agroindustrial da carne bovina movimentou, das fazendas às gôndolas, R$ 747,1 bilhões no ano passado – 20,8% mais que em 2019. A estimativa faz parte do Beef Report, divulgado ontem pelo Brazilian Beef, promovido pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) e pela ApexBrasil.

Rendimento

Segundo o trabalho, apenas o faturamento total da pecuária aumentou 40,3% na comparação, para R$ 178,2 bilhões, impulsionado pela alta dos preços do boi durante o ciclo de baixa da oferta. O Brasil abateu 41,5 milhões de cabeças no ano passado, o que gerou mais de R$ 144 bilhões.

Maior rebanho

Para o ano passado, a estimativa de rebanho ficou em 187,6 milhões de cabeças. Mato Grosso continuou a liderar o ranking de Estados com mais bovinos, com 27,4 milhões de animais, ou 14,6% do total. Na sequência aparecem Goiás (10,51%), Minas Gerais (10,5%), Pará (9,67%) e Mato Grosso do Sul (9,08%)

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