O deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Lissauer Vieira (PSB), afirmou em entrevista à Sagres que o movimento de aproximação entre o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e o presidente do MDB, Daniel Vilela, é natural, que este é o momento para conversas, desde que o governador “continue aberto ao diálogo e valorizando os parceiros de primeira hora”.

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“O governador tem feito esse trabalho de buscar o MDB, novos parceiros, para poder aglutinar ainda mais o seu projeto de reeleição. Eu vejo isso com toda naturalidade do mundo, toda normalidade, essa busca por partidos que não são, hoje, da base aliada”.

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Questionado sobre os cargos oferecidos ao MDB por Ronaldo Caiado, o presidente da Alego também fez questão de ressaltar o tempo que falta para a eleição, hoje, pouco mais de um ano. “Em política, um ano é muita coisa, então tem muito para acontecer ainda, muitos desdobramentos em todas essas articulações”.

Sobre o MDB, partido que ficou em 2º lugar nas eleições de 2018, vencida por Caiado, ainda no 1º turno, Lissauer declarou que o “MDB disputou todas as eleições estaduais desde 1998 e não venceu nenhuma, que não tem representatividade no Congresso Nacional com deputado federal e que tem uma cadeira no Senado Federal, mas essa não foi eleita, foi deixada pelo governador Ronaldo Caiado que é do DEM”.

Porém, o presidente destacou que a sigla é grande e tem raízes em todo o Estado, o que dá condições de disputar uma vaga majoritária, que a decisão compor a base de Ronaldo Caiado é legítima por Lissauer, e que cabe ao governador e sua base aliada a definição sobre a participação do partido na chapa majoritária ou não.

Microrregiões de Saneamento

O projeto encaminhado pelo Governo de Goiás, que prevê a criação de duas microrregiões de saneamento, tramita na Alego e a relatoria foi dada para o deputado estadual Virmondes Cruvinel (PPS). Lissauer Vieira afirmou que a discussão acerca do projeto é polêmica.

“Essas duas microrregiões estão sendo questionadas pelos municípios, principalmente, no que tange a autonomia destas cidades e, também, das agências reguladoras municipais ou até mesmo algumas agências reguladoras que podem prestar serviço regional. A discussão maior vai ser em cima de aumentar essas microrregiões, dar mais autonomia e a participação dos municípios ficar maior. Então nós discutimos muito isso com a AGM (Associação Goiana de Municípios), com o setor produtivo e com alguns municípios”.

Segundo o presidente da Alego, o texto da matéria já tem algumas mudanças previstas após as reuniões que foram realizadas para discutir o projeto. “Mudou a questão da participação dos municípios que podem ter um percentual maior dentro da governança dessas microrregiões. Tem a questão de aumentar o número dessas microrregiões, que hoje são duas, para três e, talvez, até quatro […] e também com relação à autonomia das agências reguladoras. Hoje, no projeto original, a agência reguladora que pode fiscalizar é a AGR (Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos) e ela não tem condições de fiscalizar o estado todo, não tem estrutura, então as agências reguladores municipais, das cidades que possuem, devem ter mais autonomia para fazer a fiscalização”.

Assista a entrevista no Sagres Sinal Aberto: