Jessica Lima
Jessica Lima
Jornalista multimídia, escreve principalmente sobre temas ligados à educação e defesa dos direitos humanos.

Literatura venezuelana: 3 escritores para conhecer mais sobre a cultura do país latino

De onde surge a ideia para um texto sobre Literatura Venezuelana? É comum dizermos que as músicas em nossas playlists dizem muito sobre nós mesmos, assim como os livros nas estantes, ou mesmo a nossa lista de filmes favoritos.

Certamente, tudo isso pode ser verdade, mas provavelmente, o histórico de pesquisas também ganhou status o suficiente para se unir a esse “rol” de coisas que revelam nossos gostos, curiosidades e, por que não dizer, boa parte de nossos pensamentos.

No último mês, a Venezuela voltou a aparecer com frequência em títulos de notícias, comentários em redes sociais e de certa forma, nas conversas aqui e ali. Muitas opiniões, certezas ou falta delas. O pontapé que impulsionou o falatório foi a ação do atual presidente do Brasil, que recebeu o líder da Venezuela na capital federal.

A visita, que não acontecia desde 2015, gerou uma série de repercussões. A questão geopolítica é, no mínimo, complexa. Mas, aqui, meu propósito não é avaliar a “imagem” do Brasil diante do mundo, mas compartilhar uma pergunta que me peguei fazendo: o que será que o mundo todo, e aqui eu me incluo, deixa de conhecer de um país quando tudo o que sabemos sobre ele, ainda é tão pouco?

Fronteiras

Sim, isso não é um caso exclusivo da Venezuela. Existem dezenas e dezenas de países os quais pouco sabemos mais do que algumas palavras. Para não citar aqueles que não conhecemos nada. Nem apareceram nos livros de história, não aparecem nos Charts globais de músicas mais tocadas e assim, para nós existem apenas no mapa.

Lembra do histórico de buscas? Então, de repente fiz uma pesquisa: literatura da Venezuela. Me dei conta que nunca havia unido as duas palavras em uma mesma frase. E não foi por falta de oportunidades.

Fiz uma rápida busca, dessa vez na memória, e me lembrei de uma vez em que fui com algumas amigas para uma apresentação de orquestra e no anúncio da rede social, com letras destacadas, estava escrito: “regência de maestro venezuelano”.

O repertório era uma homenagem à Semana de Arte Moderna, e lembro que o maestro fez uma pausa especial para contextualizar o momento em que músicas tradicionais da Venezuela seriam tocadas pelos instrumentistas.

Confesso que não me recordo exatamente do ritmo das canções, mas lembro que o maestro parecia orgulhoso de apresentar uma parte diferente de seu país. Além disso, lembro de ter concluído que não conhecia quase nada sobre a Venezuela. Achei as músicas bonitas. E fiz uma nota mental de que depois pesquisaria por alguma escritora de lá, por curiosidade. Mas, não pesquisei.

Bom, essa ideia reapareceu nos meus pensamentos depois de todos os discursos que citavam o país nas últimas semanas. Dessa vez, não deixei para depois e fiz a pesquisa. Ademais, pensei que, caso alguém vá em um concerto e decida pesquisar “escritores venezuelanos”, poderá gostar de cair nessa coluna.

Karina Sainz Borgo

Pelas minhas pesquisas, esse nome parece bem promissor. A autora venezuelana, é também jornalista, e seu principal lançamento é de 2019, e se chama “Noite em Caracas”.

(Foto: Reprodução Instagram/@laksb)

A história é uma narrativa de ficção, e apresenta por meio de suas personagens, reflexões profundas sobre o contexto de mudanças na sociedade venezuelana. Na sinopse do livro, li que as páginas apresentam a “saga de uma mulher que enfrenta situações extremas”. Por meio da ficção, muito das tragédias sociais e econômicas no país são retratadas.

Rafael Cadenas

Cheguei a esse nome após ver uma notícia de que o autor recebeu em 2022 o Prêmio Cervantes de Literatura, considerado um dos maiores prêmios da Literatura Espanhola.

Nesse sentido, Cadenas é poeta e além disso, foi o primeiro venezuelano a receber o reconhecimento do prêmio que leva o clássico autor de Dom Quixote em seu nome. Assim, o prêmio foi visto como uma conquista para a Literatura Venezuelana.

(Foto: Reprodução/Gobierno de España)

Depois de uma busca, anotei três exemplos de títulos produzidos pelo autor: Falsas maniobras (1966); Derrota (1993); e Los cuadernos del destierro (1976).

Mireya Tabuas

Certa vez, li em um livro sobre o hábito da leitura que um bom livro infantil é igualmente interessante para adultos, caso desejarem lê-lo. Concordo com essa ideia. Por isso, estou sempre de olho na seção dos “livros para crianças”. Então, comemorei quando li o nome de Mireya Tabuas, jornalista, dramaturga e também roteirista. 

Entre contos e livros, ela possui mais de dez publicações, mas uma entre elas me despertou mais atenção. É o caso de “Azul e Vermelho” (Rojo y azul, no original).

(Foto: Reprodução Instagram/@mtabuas)

A autora classifica sua obra como um livro para crianças e adultos, escrito especialmente para tratar sobre temas sobre respeito aos pensamentos diferentes. Confesso que desta lista, esse é o título que está mais à frente na minha lista de próximas leituras.

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