A ausência de uma regulamentação para a logística reversa das baterias dos veículos elétricos representa um potencial risco ambiental para o Brasil. A informação é do levantamento da Universidade Veiga de Almeida (UVA) em 2022. Segundo o estudo, o risco ocorre mesmo com o impacto positivo da tecnologia que reduz emissões de gases de efeito estufa.

O levantamento apontou que o descarte incorreto das baterias vai gerar cerca de 43 toneladas de lixo perigoso até 2030. Então, apesar do impacto positivo dos veículos elétricos no Brasil e no mundo, a falta de regulamentação das baterias geram um impacto negativo sobre o meio ambiente. 

Uma das formas de diminuir esse impacto é a logística reversa. Ela é um método pós-consumo que visa o tratamento de embalagens, da coleta ao reaproveitamento ou a destinação correta dos resíduos sólidos. Mas o setor não está regularizado para as baterias dos veículos elétricos.

Necessidade

A logística reversa contribui com a redução dos resíduos sólidos que vão para o descarte sanitário dos municípios. Seu principal objetivo é reduzir o impacto que os resíduos causam ao meio ambiente por meio dos lixões. Mas também contribui com o reaproveitamento. 

Especialistas da área ambiental argumentam que o debate sobre a regulamentação da logística reversa para as baterias dos veículos elétricos é uma necessidade. O Coordenador do Curso de Engenharia Mecânica da Faculdade Anhanguera, Mauro Paipa Suarez, afirmou que é preciso analisar as desvantagens ambientais que as baterias causam.

“Desde sua fabricação, até o seu descarte, o uso da modalidade de VEs ainda conta com grandes desafios em relação à produção, tempo de vida e, principalmente, ao descarte das baterias.”, explicou.

“Existem propostas de reaproveitamento, mas isso não resolve o problema do descarte do material, que causa um enorme impacto ao meio ambiente, podendo ser letal até 2030”, completou o especialista que ressaltou o prejuízo ao meio ambiente e a qualidade de vida da população.

Crescimento

Segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) o uso de automóveis eletrificados está crescendo entre os brasileiros. Houve um crescimento de 41% na frota de janeiro a dezembro de 2022, com 49.245 unidades emplacadas. 

Em comparação com o mesmo período do ano anterior, o número de veículos elétricos vendidos  foi de 34.990 carros. A frota chegou a 126 mil no país. Suarez apontou o aumento lento, mas acredita ser necessário regulamentar o setor antes que ele seja popularizado por causa do descarte das baterias.

“Este mercado continuará a crescer com a evolução da modalidade, principalmente, no Brasil. Porém, ainda é necessário resolver os problemas de uso de materiais adequados na construção das baterias, com o melhoramento nas velocidades e carregamentos, antes deles serem adquiridos pela população nos próximos anos”, alertou o professor.

*Com informações do portal Notícia Sustentável

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 07 – Energia limpa e acessível, o ODS 09 – Indústria, inovação e infraestrutura e o ODS 12 – Consumo e produção responsáveis.

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