A questão das drogas é um problema de saúde pública, associado à criminalidade e práticas anti-sociais. Envolve pessoas de diversas maneiras, por vários motivos em diferentes ambientes e situações. Os profissionais da saúde, educação, judiciário, segurança e da assistência social vivenciam este questionamento no cotidiano de suas atividades.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto que institui o Plano Integrado para Enfrentamento do Crack e outras drogas. O governo federal vai investir 410 milhões de reais neste ano para implementar as ações do plano, que atuará em três frentes: prevenção, combate e tratamento. A intenção do governo é reforçar a fiscalização nas fronteiras, para impedir que a droga entre no país principalmente com o Peru, Bolívia e Colômbia.

A Política Pública da Secretaria Nacional Antidrogas, órgão ligado à Presidência da República, busca dentre outras diretrizes, garantir, incentivar e articular o desenvolvimento de estratégias de planejamento e avaliação nas políticas de educação, assistência social, saúde e segurança pública em todos os campos relacionados às drogas.

O Ministério da Saúde propõe a criação de Centros de Atenção Psicossocial, que tem como objetivo atendimento terapêutico e preventivo à comunidade e busca também oferecer cuidados aos familiares dos usuários dos serviços. Vale ressaltar ainda que a política pública de assistência social propõe em suas ações de assistência social, a centralidade na família e a garantia à convivência familiar e comunitária.

EM GOIÂNIA

Os Centros de atenção psicossocial de Goiânia fazem elo entre poder público e sociedade, no atendimento a dependentes químicos. O Chefe da divisão da Saúde mental da Secretária Municipal de Saúde, Léo de Souza Machado explica como é o trabalho desenvolvido pelos Centros de Atenção Psicossocial. “Em Goiânia são duas unidades com esse perfil: adulto e infanto-juvenil. Nas unidades o paciente recebe atendimento médico, psicoterápico, multidisciplinar ambulatorial. Este tipo de tratamento é tão efetivo quanto à hospitalização e por ser multidisciplinar acaba sendo mais completo”, informa o chefe da divisão da Saúde mental da Secretária Municipal de Saúde.

A questão do atendimento ao usuário de drogas movimenta os meios acadêmicos. A Universidade Federal de Goiás fundou uma comissão para criar uma política de combate a drogas. A professora Tânia Maria da Silva, coordenadora do comitê, destaca que é possível que cursos de graduação tenham disciplinas sobre o assunto para ajudar na base de formação dos professores. “Queremos produzir um material para que essa política atenda toda a Universidade. O que nós queremos é facilitar a possibilidade de tratar deste assunto”, declara a professora.

Na Universidade Católica de Goiás funciona a liga acadêmica de dependências a drogas. Ela contribui na capacitação das pessoas que trabalham diretamente com prevenção e tratamento de drogas. O professor Luiz Gonzalo defende que a prevenção ao uso de drogas se dê em todos os níveis de estudo. “Esta liga acadêmica foi fundada há seis meses e nossa estratégia e a capacitação de recursos humanos, para que possam ser feitos trabalhos de prevenção e tratamento”, ressalta o professor.

O avanço desenfreado do consumo de drogas em todo o Estado traz um grave problema que atinge milhares de usuários e seus familiares, a pouca oferta de serviços especializados no tratamento da dependência química. A Gerente de Ações Integrada de Saúde do Estado, Mariza Aparecida de Souza espera que toda a sociedade goiana colabore no tratamento de dependentes. “Infelizmente em Goiás não tem um hospital modelo para tratamentos de pacientes dependentes químicos. Com o incentivo do Ministério da Saúde iremos ampliar este tipo de tratamento nos hospitais de Goiás”, informa Mariza Aparecida.