Dois bebês que estavam internados no Hospital Materno Infantil (HMI) em Goiânia, morreram na última quinta-feira (16), vítimas de uma bactéria super-resistente, a Klebsiella pneumoniae, e que pode ser encontrada em locais fechados com uso frequente de antibióticos.

Os bebês estavam internados na unidade de cuidados intermediários (Ucin) do HMI, e os casos foram confirmados por meio de hemocultura. No momento, dois outros possíveis casos de infecção de recém-nascidos internados na Ucin e dois na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal da unidade encontram-se em análise.

Quatro recém-nascidos ainda passam por análises para saber se foram ou não infectados pela superbactéria, além de outros 13 que seguem em observação.

Por conta do aparecimento da bactéria resistente a medicamentos, mães que estão com crianças internadas no hospital ficaram bastante preocupadas. Adriana Lima do Nascimento conversou com o repórter Jerônimo Junio, da 730, e falou sobre o período que acompanhou a internação do filho na unidade.

“Tenho uma criança pequena e já fiquei internada aqui com ela por sete dias, já tive até crise de choro por conta disso, com medo de ele também pegar a bactéria. Quando fiquei com ele havia muitas crianças e adultos misturados”, conta.

Até que o problema seja resolvido, o HMI não está realizando novas internações. As pacientes estão sendo encaminhadas para outras unidades de Saúde, como é o caso da Maria Antônia de Lima dos Santos, que é mãe de um bebê de dois anos e teve que ser transferida para um Cais. “Fui transferida para o Cais do Setor Campinas. Essa bactéria assusta sim, ainda mais eu que tenho criança pequena também”, relata.

Vanessa Sousa Santos Silva é do município de Jaraguá, a 120 quilômetros, está com a filha de 13 anos internada no HMI, e relata que está com medo de a filha ser contaminada com a superbactéria.

“A gente está com muito medo porque eles não avisam e as mães vão para outros quartos visitar outras crianças, pois já fizemos amizade aqui dentro. A UTI fica perto do quarto onde minha filha está. Eu estou apavorada de ela pegar uma infecção pois ela está operada”, afirma.

Por meio de nota, o hospital “ressalta que, monitorado pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do HMI, já foram adotadas todas as medidas de precaução e controle no sentido de coibir a disseminação do microorganismo isolado. Contudo, diante da atual situação e visando a segurança dos pacientes, a direção informa ainda que está bloqueando preventivamente novas admissões nas áreas analisadas, até a limitação dos níveis aceitáveis do agente multirresistente. Diante da situação, o HMI conta com o apoio e compreensão dos diversos órgãos de fiscalização e regulação, e reafirma o compromisso no trabalho para a retomada de todos os atendimentos da unidade o mais breve possível.”

Segundo o hospital, a Ucin foi isolada paera evitar novas contaminações. Sobre os exames para saber se outros bebêm foram infectados, a diretoria afirma que ainda não ficaram prontos, e que todos os pacientes estão sendo monitorados.

Atualizado às 19h16

Com informações dos repórteres Jerônimo Junio e Giuliane Alves