Com as negociações entre o PL nacional e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para filiação ao partido, os diretórios regionais se movimentam para receber os políticos bolsonaristas. Em Goiás, o deputado federal Major Vitor Hugo (PSL), que já demonstrou interesse em uma possível candidatura a governador, caso vá para o partido, terá que provar “que é bom de voto” para concorrer ao cargo pela sigla, conforme manifestou a presidente do PL em Goiás, deputada federal Magda Mofatto.

Leia mais: “Caiado pode ser surpreendido com um candidato de 3ª via em Goiás”, diz deputado Vitor Hugo

“Não descarto de maneira nenhuma o Vitor Hugo como candidato a governador, mas ele tem que viabilizar. Se mostrar que tem voto e estiver melhor na pesquisa do que, por exemplo, Gustavo Mendanha, claro que vamos repensar. Então, chances ele tem, só tem que mostrar que tem voto, só isso”, afirmou a Mofatto.

Ouça a entrevista na íntegra:

A deputada federal disse ainda que Vitor Hugo não mostrou que tem condições de ter uma quantidade relevante de votos para poder concorrer ao Executivo. “O número de votos dele [em 2018] dava para deputado estadual, não federal. Ele foi eleito na esteira do [deputado federal] Delegado Waldir (PSL). Se fosse o Delegado Waldir querendo vir para o PL e ser candidato a governador, aí, sim, nós teríamos que fazer uma pesquisa para ver opção de voto, mas, por enquanto, não vejo o Major Vitor Hugo com intenção de votos suficiente”, declarou a presidente.

O prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), foi citado por Magda, pois o partido também tem negociações com o político, justamente, para uma possível candidatura para governador de Goiás. Diante do quadro, o deputado Major Vitor Hugo afirmou, em entrevista à Sagres nesta segunda-feira (15), que Mendanha tem feito muitas alianças com a esquerda.

Para a deputada, porém, isso não significa um posicionamento do prefeito de Aparecida em relação a algum espectro político. “Gustavo Mendanha nunca falou que é petista, nunca falou que vota no PT e nunca falou que é de esquerda. Pelo contrário, ele tem se mantido quieto e neutro quanto à decisão de quem ele vai apoiar para presidente da República. Nunca se manifestou. E mais, para administrar uma cidade ele precisa do apoio de todos. Por que que Gustavo Mendanha foi eleito e reeleito, com alta porcentagem de votos? Porque ele soube administrar com todos, com a direita, a esquerda, com o centro, atendendo a todos. Ninguém pode imputar a alguém uma posição em que essa pessoa não se manifestou a favor”.

A intenção do PL é ter uma candidatura de oposição ao atual governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), que já manifestou que disputará a reeleição. Segundo Magda, apesar da parceria em questões administrativas, politicamente Caiado é um adversário do partido.

Candidatura ao Senado

Outro ponto das negociações com os políticos bolsonaristas ocorre na disputa por uma cadeira no Senado Federal. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, já anunciou seu interesse por uma vaga em Goiás. Diante disso, a candidatura será discutida pela sigla. Magda Mofatto afirmou que não vê problema nisso, mas que o ministro precisa “vir para Goiás e vestir a camisa, sair na rua e fazer a campanha de verdade, não fazer campanha virtual”.

Ainda segundo a presidente do PL, a concorrência será grande no Estado, com a presença de políticos como Henrique Meirelles, Marconi Perillo e Alexandre Baldy, que já mostram interesse em disputar um cargo de senador por Goiás. “Então, a chapa ainda está aberta, quem trabalhar melhor tem chance de ser eleito. A candidatura do ministro Tarcísio não é empecilho para a vinda de Bolsonaro para o PL em Goiás”, reforçou.

Com todas essas adaptações nos estados brasileiros, a deputada apontou que não acredita em uma negativa do presidente Jair Bolsonaro quanto à filiação ao PL.

“Nosso presidente Valdemar Costa Neto [PL nacional] decidiu hoje fazer uma reunião conosco para decidirmos em conjunto como conduzir essa filiação. Todo mundo deve ter ouvido a dificuldade que houve em relação a algumas alterações políticas locais, eram cerca de 10 mais ou menos. A maioria absoluta se encaixou e tomou a decisão que precisava para solucionar os problemas locais e sobrou apenas um, que é São Paulo. […] Essa última aresta está sendo resolvida”, detalhou.

Assista a entrevista no Sagres Sinal Aberto:

Leia mais: