Na vida pública ele é Maguito Vilela, nos documentos pessoais Luis Alberto e nos campos de futebol de Jataí, Bela Vista e Campinas era chamado de “Magrito” e também de Vilela. O novo prefeito de Goiânia tem um extensa e profunda relação com o esporte, sobretudo, com o futebol. Foi jogador, dirigente da Jataiense, presidente de honra da Aparecidense e vice-presidente da CBF. Nos anos 2000, Maguito também foi relator de uma CPI, Comissão Parlamentar de Inquérito no Senado Federal que apurou irregularidades o futebol brasileiro.

Os primeiros contatos dele com o futebol se deram em sua cidade natal, Jataí, na região sudoeste de Goiás. O professor Arioldo Rocha se recorda, inclusive, de ter apitado um jogo de Maguito no antigo estádio Jerônimo Ferreira Fraga. “Ele era é bom de bola, magrinho que parecia um palito, mas jogava pra valer. Apitei um jogo dele pela Jataiense contra o Rio Verde”.

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O porte físico pouco avantajado descrito pelo professor Arioldo Rocha foi o que deu origem ao apelido de Maguito. Quem relembra é o jornalista e advogado Alipio Nogueira conterrâneo do novo prefeito de Goiânia. “Desde criança, o Maguito sempre foi muito magro, ele era engraxate no salão Imperador e começou a ser chamado de ‘Magrito’.
Com a chegada dos sobrinhos, alguns não conseguiam falar Magrito e passaram a chamá-lo de Maguito. O tempo passou e as pessoas acabaram se acostumando e ficou o codinome Maguito”.

Em suas andanças pelo mundo do futebol, Maguito também se aventurou por Bela Vista de Goiás. Uma foto de 1968, mostra-o agachado em um pôster de uma equipe amadora da Cidade. O Atual presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), o desembargador Walter Carlos Lemes também fez parte desta equipe. “Eu jogava no chamado “aspirante” e o Maguito disputava os campeonatos pelo time principal da União Atlética Suçuaparense”.

Foto: Arquivo

No Atlético Clube Goianiense também há relatos da passagem de Maguito como jogador, que relembra é o ex-presidente Valdivino de Oliveira. “Ele esteve na base e também no profissional, antigamente ele era chamado de Vilela e jogou no Atlético como atacante”.

O último registro da carreira futebolística de Maguito tem data, local e uma curiosidade. Em 1984, após uma disputa nos tribunais, a Federação Goiana de Futebol anulou um confronto entre Goiás e Jataiense que aconteceu setembro e o remarcou para dezembro. Como já tinha sido eliminada, a equipe do interior havia liberado os jogadores e precisou recorrer a desportistas locais para evitar uma punição maior.

Foto: Acervo pessoal

Aos 35 anos de idade, o então deputado estadual Maguito Vilela foi convocado. Quem relembra o episódio é o gerente financeiro do Goiás, Altamiro Gonçalves. “O Maguito teve que ajudar a inteirar o time ficando no banco de reservas. Ele não era mais profissional, já havia parado de jogar mas ficou lá completando o banco”

Se como deputado estadual, Maguito quase que literalmente entrou em campo quando se tornou governador em 1995, ele deu o pontapé em uma série de ações que beneficiaram os clubes. Presidente do conselho deliberativo do Vila Nova à época, Wilson Balzacchi Brito Junior cita o apoio de Maguito na busca dos times por patrocinadores.

“Naquele jogo Vila Nova e América-MG pela série B de 1997, o (Jorge) Kajuru deu a ideia de baixar o preço do ingresso. E o Maguito contactou todas as empresas que colocaram placas de publicidade no estádio. Com isso, o Vila não teve nenhum prejuízo, pelo contrário, a gente teve uma renda normal como se tivéssemos cobrado o preço de R$ 10, só que na verdade o ingresso custou R$ 2 e lotou o estádio”.

O Atlético também foi beneficiado durante o governo de Maguito Vilela, o então presidente Valdivino de Oliveira se recorda de um convênio com o Estado que possibilitou a melhoria da estrutura do clube. “Ele repassou R$100 mil para o inicio da construção da concentração no nosso Centro de Treinamentos. Naquele período ele também iluminou os estádios de futebol, um deles foi o Antônio Accioly”.

Além das parcerias com os clubes, Maguito também se aproximou da Confederação Brasileira de Futebol. Durante a gestão de Ricardo Teixeira, ele chegou a ser vice-presidente para a região centro-oeste da entidade. O ex-presidente do Goiás, Paulo Lopes reconhece que a presença do ex-governador na CBF fortaleceu o futebol goiano institucionalmente. “Ele abriu as portas da CBF pra gente, com seu poder de aglutinação nos aproximou de dirigentes e empresas”.

Antes de se candidatar a prefeitura de Goiânia, Maguito Vilela vinha se mantendo mais próximo da Aparecidense, clube de Aparecida de Goiânia onde atualmente é presidente de honra.