A pesquisa “O Eleitor Conectado Brasileiro” aponta que 31% dos entrevistados não acompanham o horário eleitoral gratuito, enquanto 52% afirmaram consumir conteúdo nas redes sociais todos os dias. O estudo foi desenvolvido com o objetivo de compreender a formação discursiva e simbólica dos eleitores conectados e contou com um grupo de pesquisadores na área de comunicação política.

O pesquisador em Comunicação Política, Marcos Marinho, explicou à Sagres 730 nesta quarta-feira (30), que essa pesquisa nacional contou com 3.995 eleitores respondendo o questionário, depois foi produzido o livro com artigos de 14 especialistas. “Nós fizemos essa pesquisa para tentar entender como é que o eleitor conectado tem essa interação com o candidato, qual tipo de conteúdo mais acessa, as redes que mais acessa, como é a dinâmica do voto, se é mais personalista, se ainda tem voto de legenda, se os partidos são relevantes”, disse.

Os resultados da pesquisa partem de dados estatísticos e podem ser utilizados como base para o planejamento de campanhas eleitorais e ações de comunicação governamentais, como detalha Marcos Marinho. “Se pensar nessas eleições de 2020, com pandemia, com chapas de vereadores que somado vão dar mais de 1 mil candidatos, como em Goiânia por exemplo, o que vai fazer diferença de fato para a conquista do voto. Então quais são os melhores canais para essa interação, quais as pautas que mais interessam aos eleitores que estão conectados. Então com essas informações produzimos esse livro, que pode orientar candidatos, equipes de comunicação e marketing”, ressaltou.

Marcos Marinho constatou que o eleitor conectado está focado no candidato, e não possui muita relação com o partido em que o candidato está filiado. “Mais de 80% dos eleitores conectados estão focados no candidato, isso gera impacto na campanha”, disse. “Outro ponto é o tipo de interesse e conteúdo que chama a atenção desse eleitor, ele não quer ver foto de caminhada, foto do candidato, ele quer opinião, quer saber o que o candidato pensa […]. Os eleitores querem conectar com alguém que os representem em nível identitário, portanto, quem não fizer uma campanha que consiga trazer para web algo bom e atrativo, não vai gerar engajamento”, considerou.