Paralisado em março após a realização da primeira rodada, o Campeonato Brasileiro Feminino da Série A2 retornou neste final de semana. O Atlético Goianiense volta a campo nesta segunda-feira (26), às 16h, no CT do Dragão contra o Operário do Mato Grosso. No jogo de estreia, no dia 15 de março, a equipe rubro-negra foi goleada pelo Juventus fora de casa.

Por conta da pandemia, assim como o futebol masculino, a categoria feminina teve suas atividades paralisadas. Durante o período sem treinos algumas atletas tiveram seus contratos suspensos, o que gerou reclamações principalmente de Samara, jogadora que disse não ter recebido o que foi combinado com o clube na época.

Em entrevista à Rádio Sagres, o presidente Adson Batista falou sobre o retorno do Brasileirão feminino e revelou o que mudou em relação a categoria durante a paralisação das atividades.

“Estamos mais organizados e dando mais estrutura, mas é uma questão difícil porque é um esporte que não tem qualidade e pouco apelo, a verdade é essa. Tem algumas meninas que querem jogar futebol lá, mas será que seria a qualidade que seria importante para representar nosso time?”, questionou o dirigente.

“É um ‘negócio’ de médio a longo prazo. Eles (do futebol feminino) vão ter que ralar muito para conquistar espaço como foi com outros clubes e com o próprio futebol um dia. É muito difícil porque é um esporte que ainda está ‘engatinhando’ e que precisa evoluir muito e um apelo maior”, completou Adson.

O presidente atleticano ressaltou que o clube continuará dando apoio às meninas que, em alguns dias da semana, treinam no CT do Dragão.

“Nós vamos fazer nossa parte, cumprir (o compromisso) com as pessoas, dar condição e estrutura e respeitá-las porque pelo menos gostam do futebol de verdade. Esperamos que no futuro aconteça de forma maior para que tenha mais apelo e uma qualidade técnica melhor”, disse.

Porém, Adson Batista voltou a criticar a regra da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) que obriga as equipes que disputam a Série A do Campeonato Brasileiro a terem uma categoria feminina para o futebol. Ele ressaltou que a manutenção da equipe tem dado prejuízo financeiro ao Atlético-GO e que a atividade precisa ser trabalhada em etapas.

“Não tenha dúvida, lógico que dá (prejuízo). Se fosse para eu escolher, não iria disputar. Estamos disputando porque é obrigado. Financeiramente o prejuízo é pequeno, mas para você disputar um campeonato desse tem que fazer uma escolinha, uma ‘escadinha’ e se preparar melhor. Vamos respeitar todas as mulheres que estão no Atlético-GO vestindo nossa camisa, mas precisa de um trabalho mais profundo”, afirmou Adson à Sagres.