Manifestações pró e contra o governo foram realizadas na manhã deste domingo (7) na Esplanada dos Ministérios. A Polícia Militar do Distrito Federal se posicionou no gramado central e manteve integrantes de ambos os protestos separados. O grupo contra Jair Bolsonaro ficou próximo ao Ministério da Justiça, e grupos a favor do presidente próximo ao Palácio do Itamaraty. O ato contrário ao governo do presidente Jair Bolsonaro reuniu mais pessoas. 

Na Esplanada dos Ministérios, pouco depois das 9h da manhã, um grande grupo caminhou até o Ministério da Justiça, onde havia uma barreira policial impedindo o avanço além daquele ponto. A manifestação unificou pautas como o combate ao racismo, ao fascismo e contrários ao governo federal. Os manifestantes usavam máscaras, item de uso obrigatório no Distrito Federal, em virtude da epidemia de Covid-19.

Esse grupo ficou na Esplanada por pouco tempo. Às 11h, ele já caminhava de volta, se afastando do Congresso Nacional em direção à Biblioteca Nacional, onde começou a dispersão. O protesto foi pacífico.

Do lado favorável ao governo, o público saiu às ruas vestido de verde e amarelo. Os manifestantes tiveram acesso à Praça dos Três Poderes, local que tem concentrado apoiadores do presidente aos domingos.

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, General Augusto Heleno, esteve presente na Esplanada, acompanhando a movimentação e cumprimentando policiais que faziam a segurança da área. A Secretaria de Segurança Pública do DF não informou o público ou o efetivo policial empregado.

Sem usar máscara de proteção, o presidente Jair Bolsonaro cumprimentou e fotografou com apoiadores no Palácio da Alvorada. O momento foi publicado em rede social do chefe do Executivo.

Durante a semana, Bolsonaro pediu a apoiadores que não participassem de manifestações neste domingo (7) e ainda chamou de “maconheiros” integrantes de protestos contra o governo

Hoje (7), o senador Humberto Costa (PT) compartilhou no Twitter vídeo de trecho da manifestação contra o governo em Brasília.

Goiânia

Na capital goiana, os protestos foram marcados também pelas redes sociais durante a semana para acontecer a partir das 14h, na Praça Cívica, no Setor Central. Entre os participantes, integrantes de torcidas organizadas, movimentos negros e sociais.

Vídeos circularam nas redes sociais e mostram protesto pacífico e com a presença da Polícia Militar. Um pequeno grupo de manifestantes chegou a ser abordado pela PM, nas proximidades da Avenida Araguaia.

Os manifestantes gritavam palavras de ordem contra o fascismo e o racismo, e também ostentavam faixas com mensagens contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Outras capitais

Registro de protesto em São Paulo neste domingo (7) (Foto: Guilherme Gandolfi/Fotos Públicas)

Em São Paulo-SP, manifestantes contra o governo se reuniram no Largo da Batata, zona oeste paulistana, no ato Mais Democracia – antifascista e antirracista. Líderes do movimento discursaram em um carro de som. Os participantes gritaram palavras de ordem contra o racismo, contra o fascismo e contra o presidente Jair Bolsonaro. A Avenida Faria Lima chegou a ter um dos lados da via interrompidos para o fluxo de carros.

O ato havia sido inicialmente convocado para acontecer na Avenida Paulista. Porém, uma decisão determinou que protestos antagônicos não deveriam acontecer no mesmo local. Na semana passada, houve confusão entre participantes de manifestações pró e contra o governo. A Polícia Militar interviu, lançando bombas de gás contra os manifestantes.

Hoje na Avenida Paulista, em frente a sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), um grupo de apoiadores do presidente Bolsonaro se reuniu com bandeiras do Brasil e cartazes.

Desde o final da manhã, a Polícia Militar esteve presente na região da Paulista com unidades da cavalaria, viaturas e bloqueios para revistar as pessoas que saíam das estações do metrô. Segundo a Secretaria de Estado Segurança Pública de São Paulo, o patrulhamento buscava garantir a segurança da população e proteger o patrimônio. A corporação usou drones para monitorar tanto o Largo da Batata, como a Paulista. Algumas imagens foram disponibilizadas nas redes sociais da PM.

Apesar da determinação de que os atos acontecessem em lugares distintos, um grupo contra o presidente também se reuniu em uma das extremidades da Avenida Paulista, na Praça do Ciclista. Um cordão de policiais militares com escudos, entretanto, não permitiu que o grupo avançasse na via e o protesto permaneceu a mais de um quilômetro de distância dos apoiadores do presidente.

Em Belo Horizonte-MG, integrantes de torcidas organizadas também fizeram protesto pró-democracia e contra o governo de Jair Bolsonaro. Torcedores de clubes mineiros e representantes de movimentos sociais seguiram em direção ao Centro da capital. Um ato intitulado “Vidas Pretas Importam” foi marcado para a tarde deste domingo (7) na cidade.

Em Belém do Pará, a Polícia Militar interveio com um forte esquema de segurança e impediu a manifestação. O protesto estava marcado pelas redes sociais para acontecer às 9h da manhã, o que acabou não ocorrendo.

No Rio de Janeiro, um pequeno grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro fez manifestação na Praia de Copacabana, zona sul da cidade, com uma faixa com a mensagem “Marcha da Família Pró-Bolsonaro com Deus – Intervenção popular com o Executivo”.

Manifestantes contrários ao governo também participaram da segunda marcha Vidas Negras Importam, que foi realizada na tarde de hoje no centro do Rio. O protesto percorreu a Avenida Presidente Vargas e teve como principais bandeiras o combate ao racismo e à violência policial, relembrando pessoas negras que morreram no contexto de ações policiais, como o adolescente João Pedro, assassinado em casa no dia 17 de maio, em São Gonçalo, e a menina Agatha Félix, baleada e morta em setembro do ano passado, no Complexo do Alemão. 

Com informações da Agência Brasil