A nova derrota do Atlético Goianiense, dessa vez para o lanterninha Grêmio Anápolis por 2 a 1, complicou de vez a situação do técnico Marcelo Martelotte no comando do clube rubro-negro. À frente do Dragão por oito vezes, o técnico detém um aproveitamento de apenas 50%, com quatro derrotas e quatro vitórias, rendimento bem abaixo do esperado no início da temporada, levando em consideração o poderio econômico e de investimento do clube.

O time foi bastante criticado por não apresentar um padrão tático e ser bastante desorganizado em campo, inclusive, apresentando grandes falhas no setor defensivo. Com a péssima atuação, a derrota foi inevitável. Assim, Marcelo Martelotte comentou o que houve na partida. “A gente vinha de resultado ruim e com uma responsabilidade bem maior por causa disso. A posição na tabela também não era muito boa e não soubemos conviver com a pressão. Não tivemos personalidade para colocar em prática o que nós sabemos que podemos fazer. O rendimento foi bem abaixo do esperado e por isso fomos derrotados”, analisa o treinador.

Quando a situação está complicada, realmente nada joga à favor. Durante a partida, até quem costumava ser seguro acabou falhando e prejudicando o time. O goleiro e capitão Márcio protagonizou um lance bizarro e falhou no primeiro gol do Grêmio Anápolis, deixando a bola escapar por entre as pernas. O setor defensivo também foi mal e deixou em vários momentos o Grêmio jogar tranquilamente. Sobre isso, o comandante falou: “Não acredito que um resultado seja apenas culpa de um só setor ou de um jogador. É responsabilidade coletiva, de todos. Hoje o desempenho coletivo foi ruim, assim como no último jogo, não entendo que  culpa tenho sido da defesa, muito menos de algum jogador individualmente”.

Famosa por não ter paciência com treinadores, a diretoria do Atlético já admitiu que vai analisar a situação de Martelotte e uma saída parece cada vez mais provável. O próprio técnico comentou sobre a sua real situação. “Todo trabalho tem que ser julgado mesmo, e eu próprio me julgo o tempo todo. Dentro de uma equipe de futebol isso é normal, mas não pode ser levado em consideração apenas números e estastísticas, a perspectiva também deve ser analisada. Se os resultados não forem bons, mas as perspectivas futuras mostrarem uma evolução, não acredito que o trabalho deva ser interrompido. Acredito que é isso que a diretoria fará e se chegarmos a um consenso que não há como evoluir, cada um segue seu caminho”.

Sentindo a forte pressão que paira sobre seu trabalho, ele ainda fez questão de criticar a cultura brasileira de sempre culpar os técnicos pelos momentos difíceis. “O treinador não tem tanta participação na partida como falam, nem quando se ganha nem quando se perde. Se cobra demais e se enaltece demais o trabalho do técnico. A grande parcela é de quem entra em campo, quem está jogando. Quando fui jogador eu sempre assumia isso, acredito que a parcela de participação do técnico não ultrapasse os 30%. A pressão não deveria ser tão forte assim”, declara.