Em mais um dos movimentos políticos para 2022, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, disse em entrevista à Sagres que com a confirmação da aliança entre o MDB e o DEM, “dificilmente não deixará o MDB” e que “será uma peça para construir um projeto antagônico ao do governador de Goiás, Ronaldo Caiado”.

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A declaração de Mendanha ocorre após a maioria do MDB em Goiás aprovar uma aliança com o DEM-GO, na última quinta-feira (16), para a disputa das eleições em 2022. Segundo o presidente do MDB em Goiás, Daniel Vilela, dos 160 diretórios do partido no Estado, 146 se manifestaram a favor da aliança com o governador Ronaldo Caiado (DEM), seis foram contrários e oito não se posicionaram. Diante da decisão, o MDB já planeja a realização de uma grande evento para confirmar o aceite do convite feito por Caiado.

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A primeira declaração do prefeito de Aparecida foi feita pelas redes sociais, logo no dia seguinte a decisão, quando afirmou que afirmou que “o partido das multidões, da redemocratização, de Iris e Maguito, declina em sua grandeza a um futuro de incertezas”.

Mendanha detalhou que já conversa com líderes de outros partidos para ver a possibilidade da construção de um projeto de oposição e também para viabilizar um nome “para enfrentar Caiado”. “A princípio eu tenho conversado com pessoas mais próximas a mim, a deputada Magda Mofatto (PL) é uma, tenho conversado com o deputado João Campos (Republicanos). Acho que no final do diálogo, nós vemos se temos condições de construir essa candidatura. Agora eu, vou conversar e buscar esse entendimento e não estou me colocando como candidato, mas vou ser uma peça”.

Dentro do MDB também há quem não concorde com a aliança, segundo o prefeito de Aparecida. “São pessoas que esperavam que o MDB pudesse ter esse protagonismo, seja com Daniel, comigo, com outro nome, que nós pudéssemos ter um grupo de enfrentamento a esse governo. Infelizmente não ocorreu”.

O prefeito explicou que se vê em uma situação muito delicada, diante do tempo que tem no MDB, além da história familiar, pois seu pai, Léo Mendanha, também foi filiado ao partido. Outro ponto de dificuldade, é a relação com Daniel Vilela, que Mendanha afirmou que tem como amigo, mas que não conversa mais sobre as eleições de 2022.

“Eu não vou brigar dentro do partido com o Daniel. Eu, desde sempre, tive essa opinião. Eu nunca quis e não vai ser agora que vou ter esse debate. Neste momento, eu vou aceitar, não concordo com a decisão tomada, o Daniel faz parte da minha história, mas meus princípios não me permitem estar com Caiado”.

Nem Bolsonaro e nem Lula

Questionado se poderia ser um representante do ex-presidente Lula em Goiás, em 2022, o prefeito de Aparecida de Goiânia afirmou que é de Centro e que deve construir uma base de apoio a uma terceira via para as eleições do ano que vem. “O Brasil hoje parece que só tem duas opções, eu acho que tem outras opções mais viáveis. […] Então, neste momento, estou distante de ambos os lados”.

Confira a entrevista no Sagres Sinal Aberto: