Enquanto países como Israel e Canadá regulamentam o uso da Cannabis Sativa de forma medicinal, o Brasil ainda patina nesse assunto, embora tenha avançado liberando o uso medicinal da planta em 2019 para uso como remédio e com prescrição médica. Mesmo assim, o tema ainda é discutido no Congresso Nacional. Em entrevista ao Sagres em Tom Maior nesta terça-feira (29), o neurocirurgião e diretor técnico do Centro de Excelência Canabinoide Pedro Pierro, analisou o mau uso da cannabis no país.

“Utilizar a Cannabis-maconha fumada, isso não é um tratamento médico, até porque a maioria das plantas que existem hoje são plantas muito ricas em célula C, e isso pode causar dependência. Nós já temos vários casos que entraram em desordem psiquiátrica, em euforias, surtos, por conta de excesso”, afirma.

O Canabidiol, também conhecido por CBD, é um dos princípios ativos da Cannabis Sativa, nome científico da maconha, e compõe até 40% dos extratos da planta, podendo ser usado como medicamento para diversas doenças.

Medicamento à base de cannabis que já tem registro no Brasil, o produto é comercializado desde 2018 em embalagens com três ampolas de 10ml a um custo médio de R$ 2.700. Já que no Brasil não se pode cultivar, acaba saindo mais caro a compra por ser importado, dificultando assim a compra de famílias de baixa renda. Estima-se que o preço do produto nacional seria 20% disso.

O uso da maconha medicinal pode desempenhar em algumas funções como: regular processos fisiológicos e cognitivos, sensação de dor, humor, memória e mediar os efeitos farmacológicos da cannabis.

Óleos à base de CBD são receitados para: epilepsia, esclerose múltipla, mal de Alzheimer, mal de Parkinson, ansiedade, dor crônica, fibromialgia, depressão, obesidade, glaucoma, inflamações intestinais, artrite e estresse pós-traumático.

O neurocirurgião Pierro explica a ação da canabinoide no organismo. “Eles sinalizam, eles regulam o que entra nas células, sinalizando a célula anterior aquilo que ele está precisando, então quando você utiliza canabinoide, você não está tratando uma doença, você está tratando o doente, você está reforçando o sistema, que não só os humanos têm, como os mamíferos também”, avalia.

Confira a entrevista na íntegra no Sagres em Tom Maior #108