A última edição do Podcast Debates Esportivos discutiu uma medida histórica tomada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no último dia 8 de março: a partir de agora, competições de categorias de base poderão ter times mistos, com meninos e meninas.

A nova regra foi discutida entre os clubes goianos em conselho técnico que aconteceu na última 5ª feira na sede da Federação Goiana de Futebol. Mesmo aprovada, não exige que meninas sejam contratadas pelas agremiações. Um outro ponto, é que as meninas podem jogar com idade acima do permitido para cada categoria. Por exemplo: uma garota de 15 anos pode atuar no sub-13; com 17 anos pode jogar pelo sub-15; aos 19 anos, pode ser inscrita no sub-17.

Dirigentes

Sobre a discussão da nova regulamentação da CBF, a reportagem do Sistema Sagres de Comunicação ouviu representantes do Aliança, mais tradicional clube de futebol feminino em Goiás. A gestora Patrícia Menezes, tentou “colocar na balança” a decisão para emitir sua opinião.

“É uma saída, mas precisamos ter mais condições pra meninas jogarem entre elas. Essa decisão da CBF foi pra solucionar casos mínimos que tem em alguns lugares, mas chega um momento que as meninas não acompanham mais a evolução corporal dos meninos. A mulher evolui mais lentamente, já o homem vai mais rápido nesta faixa de idade”, disse Patrícia, que ainda lamentou a falta de equipes para competições de base.

“Nós temos a nossa base, mas não disputamos porque não aprece equipes. Temos cerca de 60 atletas, tem o calendário, mas não aparece o adversário. Então algumas meninas preferem jogar junto com os meninos porque pra eles tem campeonato”.

Ao contrário de Patrícia, Luiz César, que também é gestor do Aliança, foi direto ao analisar os times mistos liberados nas categoria de base.

“É ruim, porque a CBF quer lavar as mãos. Futebol feminino tem o seu caminho, enquanto o masculino tem o dele. Devemos continuar lutando pelo futebol feminino”.

Jogadoras

A reportagem do Sistema Sagres também ouviu duas jogadoras com idade para competições de base sobre a liberação dos times mistos. Bárbara, 16 anos, e Stefanny, 17, defendem o Aliança e gostaram da mudança.

“Acho interessante porque não tem tantos campeonatos femininos. Acho que podemos melhorar o nosso desempenho técnico e físico jogando com eles”, comemorou a Stefanny, que é fã da atual melhor jogadora do mundo, a espanhola Alexia Putellas.

Para a Stefanny, que joga futebol desde os 10 anos influenciada pelo irmão, não será novidade disputar campeonatos com os meninos.

“Sempre joguei com os meninos. Na rua, nos campeonatos. Só tinha eu de menina, achava isso estranho, mas gostava porque eu peguei mais experiência com eles”, completou.

Já a Bárbara joga futebol desde 7 anos por causa do pai. É fã da Rainha Marta e não vê a hora de poder jogar valendo junto com os meninos.

“Não tenho medo de dividida, pois cresci jogando com meninos na rua”, cravou a jogadora, que destacou pelo menos um ponto positivo com a chegada dos times mistos.

“Um negócio que acho bom, é que vai dar experiência para as meninas. A prioridade é sempre das meninas mais velhas no adulto. Então jogando com os meninos, a gente já pega mais experiência”, concluiu.

Podcast

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