Praticar musculação durante a infância e adolescência pode ajudar o menor a ganhar força, de acordo com o professor Hugo Tourinho Filho. No passado, a atividade era vista como prejudicial à fase de crescimento. Porém, o especialista em programas de exercícios na infância e adolescência da Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP) da USP afirma ser mito.

De acordo com Hugo Tourinho Filho, a crença era de que a criança ou o adolescente teria lesões nas placas epifisárias, responsáveis nos ossos pelo crescimento. Elas ficam normalmente nas extremidades de ossos longos, compostas por cartilagem, osso e componentes fibrosos.

Por outro lado, o especialista esclarece que há um desafio: encontrar a idade biológica dos jovens. Isso quer dizer que os jovens podem apresentar diferentes características corporais, apesar da mesma idade. Sendo assim, a criança ou adolescente precisa da supervisão de um profissional, que deve levar em conta tais diferenças e ficar atento às questões posturais durante o exercício.

“Tomando os cuidados e realizando os exercícios certos, é praticamente nula a possibilidade de lesão nas placas epifisárias ou mesmo algum prejuízo sobre o processo de crescimento e desenvolvimento”, defende Hugo Tourinho Filho.

O profissional que acompanha uma criança ou adolescente também deve se preocupar com a alimentação do aluno. “A restrição alimentar, aliada a cargas de treinamento inadequadas, pode prejudicar, mesmo que momentaneamente, o processo de crescimento e desenvolvimento”, ressalta o especialista.

Ganho de força

Hugo Tourinho Filho defende a musculação na infância e na adolescência | Foto: Reprodução/EEFERP-USP

Além do ganho de força, Hugo Tourinho Filho também afirma que crianças e adolescentes devem buscar na musculação a resistência de força. Para isso, o aluno precisa treinar com cargas baixas e várias repetições, sendo possível um aumento gradual das cargas sem risco ao crescimento.

“Programas de musculação bem executados permitem o ganho de força, mas é importante alertar que esse tipo de treino não precisa ocorrer necessariamente numa academia. Eles podem ocorrer também em atividades lúdicas”, pontua, em entrevista a Eduardo Nazaré do Jornal da USP.

“Crianças e adolescentes que tenham esse avanço nos índices de força apresentam mais facilidade no aprendizado de novos gestos motores e novas habilidades. Por isso, é indicado que façam parte do programa de exercícios”, conclui.

Em praticamente todos os esportes, a força muscular tem uma capacidade motora fundamental. Nesse sentido, jovens atletas que praticam outras atividades, tem na musculação um coadjuvante importante para o bom desempenho.

*Esse conteúdo está alinhado com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU 03 – Saúde e Bem Estar

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