A campanha do Novembro Azul completa neste mês uma década e traz alertas importantes à população masculina brasileira sobre os cuidados com a saúde. Inicialmente, a campanha era voltada apenas a prevenção do câncer de próstata, mas evoluiu até virar um movimento pela saúde integral do homem que, por barreiras culturais e sociais, vive de seis a sete anos menos que as mulheres.
Em entrevista ao Sagres Em Toma Maior #389, nesta quarta-feira (3), o médico urologista João Paulo de Bessa explica que as mulheres estão entre as que mais orientam os homens a procurar assistência médica de forma preventiva.
Assista a entrevista na íntegra:
“Para se ter uma ideia, 50% dos homens que vão no urologista sem sintomas, ou foram encaminhados pelas companheiras, pelas mulheres ou estão vendo alguém muito próximo a eles com algum sintoma. Então, ficam alertados e vão”, explica o médico.
Uma pesquisa encomendada pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, que lidera a campanha do novembro azul, mostrou que 62% dos brasileiros só procuram um serviço de saúde quando os sintomas estão insuportáveis. Segundo João Paulo de Bessa, esse comportamento pode ser decisivo, uma vez que o câncer de próstata pode ser silencioso.
“Como é uma doença que acomete no início a periferia da próstata, ele raramente dá sintomas. É aí que o paciente tem que descobrir para ter chance de cura. Quando há sintomas, já é uma doença avançada e, às vezes, o paciente já está fora da possibilidade de cura. Os principais sintomas são os obstrutivos urinários, dificuldade de urinar, jato fino, sangue na urina. Em caso de metástase, pode dar dor óssea, emagrecimento, inapetência, estenia. Aí já são casos mais graves”, explica o urologista.
A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que homens sem sintomas ou sem fatores de risco procurem um médico para avaliação sobre o câncer de próstata a partir dos 50 anos. Porém, homens negros ou que tenham um parente de primeiro grau com câncer devem procurar um médico já aos 45 anos.
“O fator genético é muito influente em casos de câncer, e o de próstata não foge a isso. Se o homem tem um parente de primeiro grau que teve câncer de próstata, ele tem 50% a mais de chance de ter câncer de próstata”, alerta Bessa.
