SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, afirmou nesta segunda (27) que convocou uma reunião extraordinária da Conatrae (Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo) para apurar o caso das 207 pessoas que trabalhavam em situação análoga a escravidão no Rio Grande do Sul.

De Genebra, na Suíça, onde participa da 52ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), Almeida disse que instaurou um procedimento administrativo e que a pasta irá apoiar os trabalhadores resgatados.

RELEMBRE O CASO

A PRF (Polícia Rodoviária Federal) resgatou 207 pessoas em situação análoga a escravidão em Caxias do Sul (RS) na última quinta-feira (23). Eles eram mantidos em um alojamento em péssimas condições, sofriam violências físicas e eram obrigados a comer alimentos estragados.

Os trabalhadores colhiam uvas nas vinícolas Aurora, Salton e na cooperativa Garibaldi. As empresas dizem desconhecer o crime, e que terceirizavam as contratações para outra companhia, a Oliveira e Santana.

A maioria dos trabalhadores vinha da Bahia e já voltou para casa. Segundo depoimentos, eles eram atraídos pela promessa de alimentação, hospedagem e transporte custeados pela empresa, mas isso não acontecia. Um homem de 45 anos, apontado como responsável pela Oliveira e Santana, foi preso.

Agora, o Ministério Público do Trabalho e o Ministério do Trabalho e Emprego vão analisar individualmente os direitos trabalhistas de cada uma das vítimas.

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