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Rubens Salomão

Ministra aponta dificuldade de atingir meta de “feminicídio zero” até 2026

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, admitiu dificuldades para atingir a meta de acabar com os feminicídios no Brasil até o fim do atual mandato. Segundo ela, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trabalha para chegar ao “feminicídio zero”, mas que é difícil atingir essa meta até 2026. Cida Gonçalves abordou o assunto nesta segunda-feira (17) ao participar da cerimônia de abertura do Encontro Nacional das Casas da Mulher Brasileira, em Brasília.

Dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal mostram que o país registrou em 2022 o maior número de feminicídios em um ano, com uma mulher morta a cada seis horas. Ao todo, foram 1,4 mil mulheres vítimas – um aumento de 5% em comparação a 2021. “O presidente Lula já me falou várias vezes: ‘Eu quero feminicídio zero’. Todas nós sabemos que, para ter feminicídio zero, tem muitas ações a serem feitas, temos que ter ações de prevenção, de conscientização, de sensibilização, de atendimento e fortalecimento”, afirmou a ministra.

“Para termos feminicídio zero, temos que enfrentar a impunidade, precisamos enfrentar o ódio, precisamos traçar todos os caminhos necessários para, de fato, não termos mais feminicídio. E nós sabemos que, em quatro anos de mandato do presidente Lula e na minha estadia no ministério, dificilmente conseguiremos feminicídio zero”, admitiu Cida Gonçalves.

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Foto: Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara (esq.), e a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves. (Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Feminicídio

A primeira Casa da Mulher Brasileira teve inauguração em 2015, em Campo Grande (MS), durante o governo Dilma Rousseff. Atualmente, segundo o governo, há 12 unidades em funcionamento. São sete do governo federal e cinco de gestões estaduais do Maranhão e do Ceará.

Apoio

Segundo o governo, nas unidades do programa, mulheres vítimas de violência têm direito a serviços como delegacia especializada. Além de defensoria pública; apoio psicossocial; alojamento temporário; e serviços de saúde.

Ampliação

Após o evento desta segunda-feira, Cida Gonçalves reafirmou que o governo quer entregar até o fim de 2026 mais 40 casas do programa. “Nós vamos construir ao longo dos próximos anos. Queremos em dois, três anos já entregar essas 40 casas”, afirmou a ministra.

Verba

Segundo Cida Gonçalves, os recursos serão do próprio ministério e da pasta da Justiça, sem estarem incluídos no programa de infraestrutura que o governo deve lançar, chamado de “novo PAC”.

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*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 05 – Igualdade de Gênero; ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Fortes.

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