O ministro da Educação, Camilo Santana, declarou que pretende enviar à Câmara dos Deputados um projeto para reduzir a evasão escolar. O titular do MEC participou neste mês de setembro do 7º Congresso Internacional de Jornalismo de Educação da Jeduca, em São Paulo.

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De acordo com Santana, o ensino médio é a etapa da educação com maior índice de evasão escolar. Nesse sentido, para tentar solucionar a questão, o ministro declarou que pretende criar uma espécie de bolsa mensal. Ainda não há, porém, previsão ou nome para o programa, tampouco definição sobre o valor do benefício.

“É uma espécie de bolsa para o ensino médio, uma forma de auxílio para ajudar na permanência, a partir de experiências internacionais e também do Brasil”, afirmou o ministro.

Santana disse ainda, contudo, que se o país pagasse para o aluno ficar na escola, sairia mais barato. O titular do MEC pontuou também que isto é mais efetivo “do que depois ficar corrigindo distorções sociais e econômicas, que é o que a gente está enfrentando neste país”.

“A ideia é que a gente possa garantir um apoio. Quando o aluno chega ao ensino médio, geralmente é aquela fase em que, diante da dificuldade da família, ele precisa trabalhar. O auxílio será mensal, e terá uma poupança para que ele possa receber, por ano, ao final do ensino médio”, disse Santana em entrevista coletiva.

Assista a seguir à participação do ministro no Congresso da Jeduca

Levantamento

Uma pesquisa mostra exatamente os números que motivam a preocupação do ministro. Trata-se da pesquisa “Combate à evasão no Ensino Médio: desafios e oportunidades”, da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan SESI). O levantamento divulgado em abril foi feito em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Os dados mostram que a evasão escolar atinge mais de 500 mil jovens acima de 16 anos por ano. Segundo o levantamento, apenas 60,3% completam o ciclo escolar até os 24 anos. Entre os mais pobres, todavia, o número dos que concluem o ensino médio é de 46% contra 94% dos estudantes mais ricos.

Ainda conforme a pesquisa, se o Brasil tivesse índices como os do Chile, onde a taxa de conclusão de jovens no ensino médio fica em torno de 93%, haveria um ganho anual na economia de R$ 135 bilhões.

Conforme Santana, entretanto, o projeto deve ser finalizado até o início de outubro e então enviado ao Congresso Nacional.

Reforma do Ensino Médio

Camilo Santana declarou que o projeto de lei sobre as modificações no Novo Ensino Médio já está pronto. A expectativa do ministro é que o projeto chegue ao Congresso Nacional até o fim de setembro, mas afirmou que as mudanças não ter implementação neste ano.

Entre as mudanças citadas pelo ministro, estão medidas que já foram anunciadas, como o aumento da carga horária da formação geral para 2.400 horas e o fortalecimento do ensino técnico. “É uma das melhores opções para o ensino médio, é garantir não só uma escola em tempo integral, mas a capacitação, a formação desses jovens”, destacou Santana. O exemplo citado pelo ministro foi o do estado do Piauí, que possui o maior percentual de alunos no ensino técnico do Brasil.

*Este conteúdo está alinhado ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) ODS 04 – Educação de Qualidade

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