Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Em audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que começou com um forte bate-boca com deputados, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o governo gastou no ano passado dez vezes mais com a Previdência Social do que com Educação.

Segundo o ministro a maior despesa que pressiona o déficit das contas públicas tem sido a Previdência. “Ano passado gastamos R$ 700 bilhões com a Previdência, que é o nosso passado, e gastamos R$ 70 bilhões com educação, que é o futuro. Gastamos dez vezes mais com a Previdência que com o futuro, que é a educação. Antes de a população brasileira envelhecer, a Previdência está condenada”, declarou.

Paulo Guedes, defendeu ainda que eventual sistema de capitalização seja associado a alíquotas negativas de Imposto de Renda para pessoas carentes. “Vai ter imposto de renda negativo para quem ganha menos”, sugeriu o ministro.

A reforma da Previdência apresentada pelo governo inclui a possibilidade de criação da capitalização, modelo no qual o trabalhador financia a própria aposentadoria. Para ser colocado em prática, o novo sistema exige a votação de um projeto separado após a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Previdência.

Paulo Guedes voltou a defender que a reforma da Previdência vai trazer uma economia R$ 1 trilhão nos próximos dez anos para financiar a transição para o sistema de capitalização, onde cada trabalhador contribui para a própria aposentadoria. Ele disse que o sistema atual tem um modelo de financiamento perverso pois e sustenta em tributos que incidem sobre a folha de pagamentos e aumentam os encargos trabalhistas para os empresários.

Guedes está na comissão para prestar esclarecimentos aos deputados sobre a proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência. A audiência estava prevista para a semana passada, mas Paulo Guedes desistiu de comparecer porque ainda não havia definição de um relator para a PEC e porque havia a possibilidade de ficar exposto às críticas de oposicionista.