Sagres em OFF
Rubens Salomão

Moro mantém discurso de presidenciável e propõe “pacote ético” e fim da reeleição

O ex-ministro da Justiça Sérgio Moro voltou a se posicionar como pré-candidato à presidência da República, mesmo em meio à divergência interna sobre o projeto no União Brasil. Grupo de lideranças ligadas ao pré-candidato a governador da Bahia, ACM Neto, e ao governador de Goiás, Ronaldo Caiado, defendem que o ex-juiz seja candidato a deputado federal pelo estado de São Paulo. Moro foi sabatinado no Brazil Conference 2022, realizado em Boston (EUA), e disse apenas que está “à disposição” para a disputa e que “quem decide é o partido”.

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O pré-candidato afirmou que vai defender um “pacote ético” pelo fim da reeleição e do foro privilegiado e negou ter sido “cúmplice” do governo Jair Bolsonaro (PL). “O que tenho defendido é que, além das reformas necessárias, nós precisamos de um pacote ético que passa pelo fim da reeleição para presidente da República. O fim do foro privilegiado para todo mundo. É um absurdo que temos no Brasil até hoje um foro privilegiado para autoridades que são tratadas como superiores a cidadãos comuns”, aponta Moro.

O ex-ministro também disse que o pacote incluiria a defesa da prisão após 2ª instância e da “autonomia para órgãos de controle”, como mandatos de 3 a 4 anos para o diretor da Polícia Federal. “Quando eu digo que é importante acabar com a reeleição para presidente da República é porque o presidente sinaliza que ele está disposto a fazer sacrifícios”, afirmou.

Foto: Ex-juiz Sergio Moro com o com Secretário-Geral da OEA, Luis Almagro. (Crédito: Divulgação)

Retirada

Ao ser questionado sobre os motivos que o levaram a aceitar o cargo de ministro da Justiça de Bolsonaro, em 2018, o ex-ministro disse que não poderia avaliar a decisão “com os olhos de hoje”. Moro, porém, negou ter sido “cúmplice” do governo.

Coisas erradas

“Se eu fosse realmente um cúmplice dessas coisas erradas do governo Bolsonaro, estaria lá até hoje como ministro da Justiça. Poderia ter virado ainda, se fosse cúmplice maior, um ministro do Supremo Tribunal Federal. Mas eu não me vendo por cargo”, avalia.

Foto: Plenário da Câmara aprovaou de 253 novos cargos, com dois votos contrários. (Crédito: Antônio Silva/Divulgação)

Indicações

O Ministério Público de Goiás (MPGO), por meio da 78ª Promotoria de Justiça de Goiânia, instaurou inquérito civil público para apurar suposta desproporção entre o número de servidores efetivos e comissionados no âmbito da Câmara Municipal de Goiânia. O MP apura a criação de 253 cargos de provimento em comissão, a serem distribuídos na área administrativa na Casa.

Proporção

A autora do inquérito, promotora Villis Marra, escreve na portaria que instaura a investigação que consulta ao Portal da Transparência da Câmara mostra o total de 182 efetivos e 833 comissionados. Segundo ela, a Constituição Federal determina que as atribuições do cargo comissionado criado “sejam adequadas às atividades de direção, chefia ou assessoramento, não se podendo compreender nesse espectro atividades meramente burocráticas, operacionais ou técnicas”.

Acumulado

A promotora ainda lembra da Lei Municipal n° 10.719/2021, aprovada pela Câmara e sancionada pelo prefeito Rogério Cruz (Republicanos), que acrescentou o “Quadro 4 – Cargos em Comissão do Gabinete Parlamentar”. Desde a publicação da norma, cada vereador pode nomear no mínimo 10 e no máximo 25 assessores parlamentares de gabinete.

Pedido

O ex-governador Marconi Perillo participou neste fim de semana de evento promovido pela Associação dos Ex-Prefeitos de Goiás (Agexp-Goiás), em Goiânia. O tucano voltou a ouvir de tucanos pedidos para seja candidato “a algum cargo nas eleições”, inclusive ao governo.

Grupo

Marconi voltou a ressaltar a busca de alianças para a estruturar qualquer projeto eleitoral neste ano. “A próxima fase agora é das articulações, das estratégias, com vistas às alianças. Tem muita coisa ainda, muita água para rolar debaixo da ponte”, discursou.

Isolado

“Antes achavam que íamos ficar isolados e quiseram isso a qualquer custo. Só que hoje não temos só uma alternativa: nós temos várias. Engana-se quem acha que ex-prefeitos e ex-prefeitas, não têm história, não têm biografia, não têm legado e não tem importância. Engana-se, eles têm importância sim e é preciso reconhecimento”, disse Marconi na Agexp.

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