Jair Ventura foi desligado do comando técnico do Goiás, no último domingo, 13, após a derrota de 4 a 0 para o São Paulo. Com um elenco modesto e frágil tecnicamente, Jair tirou o time da zona de rebaixamento e o conduziu para o meio da tabela. Além de alcançar a meta da permanência na Série A, Ventura deixou Goiás na 13ª posição com 46 pontos e vaga assegurada na Copa Sul-Americana.

Não era hora do Jair ir embora. O trabalho dele foi consistente. Em muitos momentos “tirou leite de pedra”. Usou todos os atletas disponíveis em diversos esquemas de jogo. Conquistou resultados expressivos. Em 41 jogos teve 12 vitórias, 14 empates e 15 derrotas. Um aproveitamento de 40,65%. Pelo trabalho realizado, merecia continuar.

Jair Ventura ficou 7 meses no comando técnico do time esmeraldino. Tanto o técnico quanto os dirigentes anunciaram que não houve acordo para a permanência. É lamentável! Para o ano que vem havia expectativa dele alcançar melhores resultados.

Aliás, sobre o tempo médio de permanência de um treinador em um clube da Série A do Brasil, há um estudo que traz números assustadores. De acordo com levantamento feito pelo “Blog do Rafael Reis”, publicado em 11 de novembro de 2020, no portal Uol Esporte, os 20 técnicos que atuaram no Brasileirão daquele ano estavam em média há apenas 5,2 meses no cargo.

Rafael Reis comparou o tempo médio de duração dos técnicos em equipes dos países europeus. A conclusão foi alarmante. Na Inglaterra, os treinadores da Premier League estavam, na época da realização do estudo, em média, empregados há 29,5 meses, quase o sêxtuplo do tempo dos brasileiros. Na Espanha, a média de permanência era de 25,5 meses. Na França, 24,8 meses. E na Alemanha, 20,9 meses.

No Brasil a impaciência com o trabalho dos técnicos vem de longe. Há praticamente uma regra implícita no regulamento geral das competições. Virou tradição do futebol brasileiro. Troca-se de técnico como se troca de camisa. É impressionante!

Interromper o trabalho de um treinador diante de uma sequência negativa de maus resultados é até compreensível. O que não dá para entender é quando o trabalho é bom. Quando as metas são atingidas, por que não dar sequência à relação de trabalho na temporada seguinte?

É preciso respeitar os limites de cada clube, principalmente no campo financeiro. Mesmo assim, mantenho a opinião de que os dirigentes esmeraldinos deveriam fazer um esforço maior para renovar o vínculo com o técnico. Não era hora do Jair ir embora!

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