Se a negociação com os jogadores do elenco esmeraldino para uma redução salarial não teve progresso, com a comissão técnica o desfecho foi mais rápido e com um cenário totalmente oposto. Nesta semana, o repórter André Rodrigues trouxe na Sagres 730 a informação de que o treinador Ney Franco, seus dois auxiliares e o preparador físico aceitaram em reduzir em 50% os vencimentos.
“Recebi uma ligação do nosso presidente colocando a situação do clube, me fazendo uma proposta de redução de salário, para mim e minha comissão técnica. Além do meu posicionamento de técnico, mais três profissionais foram comigo para o clube. O Moacir Pereira (auxiliar) entrou na classe do profissional que ficará em casa dois meses; o Alexandre Lopes (preparador físico) e o Rodney Gonçalves (auxiliar técnico principal) conversei com os dois e eles concordaram. Foi uma conversa rápida com o presidente para atendermos a necessidade do clube nesse momento. Chegamos a uma definição de números que foi satisfatória para nós e para o clube”, explicou o técnico.
O comandante ainda ressaltou que a decisão leva em consideração o momento que as agremiações estão vivendo com o futebol paralisado e também a boa relação que tem com a diretoria desde a sua primeira passagem pelo Goiás.
“Todos os clubes vão passar por esses problemas financeiros e já estão passando. Nós estamos num clube muito sério e que nesse período que eu trabalhei eu nunca passei por um desacordo com a diretoria. Em qualquer área, tanto na financeira quanto em outras questões que envolvem o dia a dia do futebol”, destacou.
Se com Ney Franco o acerto aconteceu de forma rápida, o presidente Marcelo Almeida ainda não chegou a um consenso com seus atletas. Depois de acordar uma redução para o mês de abril –período em que o elenco estava de férias-, o dirigente não teve o mesmo sucesso com os salários de maio e dos meses seguintes.
“Toda negociação tem suas discussões e os dois lados têm que estar abertos. A questão da comissão é mais simples porque estamos falando apenas de quatro profissionais. Quando você envolve os jogadores, temos praticamente 35 atletas no elenco. Não é um ou não são dois jogadores que vão decidir para todos. É mais demorada, mas está sendo uma discussão muito bem feita, bem discutida”, analisou Ney Franco.
Mesmo com a situação ainda indefinida, o treinador acredita que em breve haverá um desfecho positivo na negociação entre jogadores e diretoria. “Tudo vai se ajeitar. Os atletas sabem que estão trabalhando num clube muito sério e que tem demonstrado no dia a dia as ações corretas. O clube também sabe que está trabalhando com jogadores de caráter, que têm o direito deles e que estão discutindo essa redução como foi no mês passado”.
Por fim, ele revelou à reportagem da Sagres 730 que segue com a família em Orlando, nos Estados Unidos, onde tem residência e também alguns projetos. Entretanto, apesar da distância, se mantém ligado as notícias do Goiás.
“Estou com minha família, como todos os brasileiros, de quarentena e tentando o mínimo possível sair de casa. Estamos ainda nos Estados Unidos, mas logicamente o tempo todo ligado com nosso clube para que possamos retornar. Tivemos três datas agendadas para um retorno, mas não foi possível recomeçar os treinamentos devido a segurança de todos –não só nossa, mas também para não ser um mecanismo de propagação do vírus”, disse Ney Franco.