Técnico Ney Franco (Foto: Goiás EC)

Enquanto os trabalhos não retornam no CT Edmo Pinheiro e na Serrinha, o Goiás tenta manter seu torcedor engajado. Na quinta-feira (16), o treinador Ney Franco participou de uma conversa ao vivo nas redes sociais do clube, em que falou desde sua rotina em tempos de distanciamento social até a discussão da redução salarial, assim como sobre contratações e a ansiedade pelo retorno ao trabalho.

O comandante técnico esmeraldino atualmente se encontra em Orlando, nos Estados Unidos. Depois da definição das férias coletivas, optou por mais uma vez retornar para a sua casa para ficar ao lado da família. Ney Franco, que já tinha viajado para a Flórida na segunda semana de março para resolver problemas burocráticos, se mostrou preocupado com a situação nos Estados Unidos, país com mais casos registrados do novo coronavírus, na casa dos 600 mil contágios, e quase 35 mil mortes em decorrência da covid-19.

“Já tinham alguns números na parte de cima do país, principalmente em Nova Iorque, mas na Flórida, onde resido, se não me engano não tinha nenhum caso ainda. Nesse período quando retornei para o Brasil, assustei muito com a rapidez com que o vírus se espalhou nos Estados Unidos. Estamos falando de um intervalo de 12 dias e agora percebemos que aqui o número de casos está enorme. No estado que estou, já tem aproximadamente 21 mil confirmados”, relatou.

Ney Franco contou ainda que o período isolado “foi pesado, porque quando desembarquei em Goiânia tive a recomendação do nosso departamento médico para que ficasse nove dias de quarentena. Cheguei na segunda, e na terça definiu-se por liberar os atletas, então fiquei em uma situação um pouco desconfortável, sem ação. No caso, tinha que ficar nove dias de quarentena com a incerteza se voltaríamos a trabalhar e ainda tinha o agravante de estar no Brasil, enquanto a minha esposa com meus filhos nos Estados Unidos”.

Ansioso pela volta, o treinador destacou que “estávamos em um bom momento depois das vitórias contra Santo André e Vasco, achando o encaixe da equipe. Ficamos na expectativa de voltar para que possamos confirmar a classificação na Copa do Brasil, esperar a definição de como vai terminar o campeonato estadual e depois entrar em um Campeonato Brasileiro que esse ano com certeza será mais difícil, porque terá que ter algumas mudanças. Não sei se com uma sequência de jogos maior, o encurtamento do campeonato ou se terá que entrar na próxima temporada”.

A questão da redução salarial foi um assunto muito discutido desde a paralisação das atividades. Ney Franco ressaltou que “no momento que dividiu que cada clube foi discutir com seu elenco como faria a redução de salário, o acerto foi muito rápido. Não teve nenhum problema, foi muito produtiva a reunião da diretoria com atletas e comissão técnica em uma negociação muito rápida, que atendeu todos os lados. Posso garantir que se tivéssemos que voltar a trabalhar agora, voltaríamos todos satisfeitos. Todo mundo foi muito profissional, entendendo o momento que o futebol passa”.

Em meio à incerteza pelo retorno do trabalho, já que o período de férias determinado inicialmente se encerra na próxima semana, o treinador frisou que “existia uma expectativa de voltarmos a trabalhar no dia 21 de abril e, consequentemente, os campeonatos começaram em maio. Mas o que lemos é que na questão do pico, em determinada região será no meio de maio, em outra em junho. Estamos em um país enorme e não podemos falar apenas de Goiás. Trabalhar em home office para os atletas e nós não significa muita coisa, o que precisamos mesmo é achar um determinado momento – onde entram as pessoas encarregadas de estudar isso – de voltar para o clube e ir para o campo trabalhar”.

Sobre contratações e mudanças no elenco, “confesso que essa não é a nossa preocupação agora. Com a pandemia e esse momento inédito que estamos vivendo, a preocupação por contratação, pelo que sinto como treinador e também da diretoria, é uma discussão que você não pode ficar desatento ao mercado, mas passa a estar em segundo plano. Hoje o nosso plano é recuperar o mais rápido possível fisicamente os jogadores e voltar a jogar em um padrão mínimo em condições de enfrentar o Vasco na Copa do Brasil, finalizar bem o campeonato estadual e iniciar bem o Campeonato Brasileiro com o elenco que temos”.