Há uma semana à frente da Secretaria de Educação de Goiânia, o vereador Wellington Bessa (DC) afirmou em entrevista à Sagres que a escolha de seu nome para o cargo foi um convite do prefeito da capital, Rogério Cruz, que mantinha conversas com ele desde o início do ano. Ainda sem experiência na área, o advogado afirmou que deu início ao mapeamento da rede para conhecer a situação dos alunos das escolas municipais.

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Antes de Bessa, a pasta era comandada por Marcelo Costa desde a gestão anterior, de Iris Rezende. Wellington ressaltou que Rogério Cruz havia sinalizado a vontade de integrar o vereador na equipe do governo no início do ano. “Eu e Rogério Cruz temos conversado desde o início de janeiro deste ano. Em fevereiro, em razão de algumas demandas que eu levei até a prefeitura, ele fez uma sondagem e me perguntou se eu poderia ajudá-lo. Eu disse que dependendo da situação, eu poderia sim. O prefeito consultou o grupo de vereadores que acreditam no meu trabalho e os colegas concordaram. Não foi um pedido do grupo, mas sim um convite do Rogério”, disse.

Confira a entrevista na íntegra:

O vereador é professor da área de Direito e ainda não tem experiência na educação municipal. Mesmo assim, segundo ele, a secretaria não será comandada por grupo político. “Hoje, a pasta tem um secretario que vai atender os 35 vereadores e a comunidade. Não existe promessa de entregar os cargos da secretaria, principalmente pelo fato de que a Educação tem que ter em seu quadro pessoas com capacidade técnica. Não existe esse compromisso de nomeação de indicados pelo grupo de vereadores. Estamos avaliando o planejamento da pasta. Se eu e o prefeito verificarmos a necessidade de substituição de eventuais nomes, isso será feito. Mas não existe essa troca por causa de grupo de vereadores”, explicou.

Bessa garantiu que já está mapeando a rede municipal de ensino e fazendo um planejamento junto aos profissionais da pasta para identificar as principais demandas da educação municipal. “Hoje temos déficit de vagas do ensino infantil, a necessidade de investir na formação dos professores, entre vários outros problemas. Eu não tinha condições de chegar na pasta já com planejamento. Isso está sendo feito agora”, ressaltou.

VOLTA ÀS AULAS

A rede municipal de Goiânia tem hoje 108 mil alunos em 400 unidades, onde mais de 19 mil profissionais trabalham. O retorno presencial das aulas requer segurança sanitária, segundo o secretário. “Estamos falando de mais de 200 mil pessoas circulando, entre crianças, pais, profissionais. Isso gera impacto na cidade. Se houver cenário de segurança para os profissionais, haverá possibilidade de retorno. Quem vai nos assegurar isso é a secretaria de Saúde. Hoje, não temos condições de retorno pelo aspecto sanitário e de segurança”, reforçou.

A possibilidade de retorno, segundo Bessa, está diretamente relacionada à vacinação dos profissionais de educação, que estão no Plano Estadual de Vacinação. “Depois que a cidade imunizar o grupo de 60 anos, as pessoas com doenças graves e comorbidades e os profissionais de segurança e de saúde, aí entra os professores. A prefeitura tem que seguir o plano. Então, o cenário ideal de retorno seria com todos esses profissionais vacinados”, completou.

Enquanto isso, o planejamento de volta às aulas continua sendo feito. Na última terça-feira (6/4) a secretaria ratificou o plano de contingência do setor administrativo para evitar a contaminação dos profissionais que estão nas unidades fazendo a entrega dos kits merenda e as matrículas.

APRENDIZAGEM

Os impactos na aprendizagem já são percebidos, segundo o secretário, e, para chegar a um diagnóstico mais claro sobre isso, um levantamento está sendo feito pela secretaria. “A partir disso, teremos uma visão sobre os problemas e as necessidades de melhoria e acompanhamento. A falta de aula presencial trouxe prejuízos para todas as fases, especialmente pela falta de contato. Entre 10 e 15% dos nossos alunos não têm acesso à internet e estão buscando as atividades de forma presencial nas escolas. Temos o sistema híbrido, que tem dado resultado, mas sabemos que as aulas presenciais são necessárias para que o ciclo da aprendizagem seja concluído”.

Sobre a evasão escolar de 2021 comparada com o mesmo período de 2020, Bessa afirmou que a queda foi pequena, mas que é necessária uma análise ampla a partir do retorno presencial.