Na última quarta-feira,26, após o empate com o América Mineiro em 2 a 2 no Estádio Hailé Pinheiro pelo Campeonato Brasileiro da Série A, o presidente do Goiás, Paulo Rogério Pinheiro, em entrevista coletiva, fez um desabafo. Ele reclamou muito da arbitragem e da luta contra o “sistema”.

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Em relação aos erros de arbitragem, neste Campeonato Brasileiro, Paulo Rogério Pinheiro tem razão. O Goiás foi prejudicado em muitas partidas com a marcação de pênaltis inexistentes contra ou com a não marcação da falta máxima a favor do clube esmeraldino. Inclusive nesse jogo com o América, foi marcado um pênalti que não houve, no meu entendimento.

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Quanto à luta contra o sistema (estrutura de poder da CBF) todos sabem que o melhor remédio é o diálogo. É preciso estabelecer um relacionamento, no mínimo, republicano com os dirigentes da entidade que organiza as competições nacionais do futebol brasileiro. Uma relação litigiosa não se resolve com reclamações feitas pela mídia ou pelas redes sociais. Penso que o atual presidente da FGF, André Pitta, e o presidente eleito, Ronei Freitas, podem fazer essa ponte. As acusações públicas tendem a aumentar a animosidade entre as partes. A conversa franca e direta é o caminho para a conciliação. Afinal, no futebol todos estão no mesmo barco.

Na coletiva à imprensa, o presidente Paulo Rogério Pinheiro anunciou que vai tirar mais uma licença de 90 dias. O presidente voltou a alegar cansaço. Os problemas de saúde na família, principalmente com o pai Hailé Pinheiro e os do Goiás consumiram as suas energias. Disse que precisa de tempo para cuidar da saúde, descansar e repensar se volta para o cargo ou não.

Neste ponto da licença e da ameaça de deixar o cargo, discordo frontalmente do presidente. Por mais que o clube tenha dirigentes competentes e tem vários, como o próprio vice-presidente Sérgio Cecílio que assumirá o cargo, o Goiás poderá sofrer prejuízos com a descontinuidade da gestão do atual presidente. Para um clube da grandeza do Goiás, o afastamento de 90 dias do cargo é uma eternidade. O futebol é dinâmico. Todo dia tem várias decisões a serem tomadas. E muitas delas ficarão à espera do retorno do presidente.

Já imaginou o clube ficar sem o seu mandatário máximo durante um mês e meio deste fim de ano e mais um mês e meio no início de 2023? É um período crucial para a execução do planejamento de todos os clubes brasileiros!

Acho que o presidente não pode se afastar do cargo por tanto tempo, salvo a exceção diante de um caso grave de doença. Também penso que o presidente do Goiás não pode vacilar publicamente sobre a intenção de cumprir ou não o restante do seu mandato.

O palestrante Mauro Moraes ao comentar o livro ”O Líder de A a Z”, do autor Marcelo Simonato, disse que “o líder tem que ter pulso firme”. O líder eficaz possui firmeza em suas decisões, porque tem ciência da importância de transmitir segurança à sua equipe. Os colaboradores possuem o desejo de confiar em alguém que sabe o que está fazendo e que guiará a todos com autoridade, ousadia e força”.

Penso assim, acho que o líder precisa demonstrar firmeza durante todo o curso da sua administração. Espero que o presidente Paulo Rogério Pinheiro repense sobre o seu pedido de afastamento por 90 dias.

Presidente, o seu cansaço não é maior do que a sua liderança. O Goiás Esporte Clube precisa de você todos os dias!

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