Dificuldades para enxergar, dor de cabeça, nos olhos, nos músculos faciais, náuseas, redução da visão periférica ou vermelhidão. Estes são alguns dos sintomas de hipertensão intraocular, ou, pressão alta dos olhos.

De acordo com o médico oftalmologista Carlos Eduardo Gonçalves Pereira, no entanto, muitas pessoas sequer sabem que estão com esse problema porque não realizam a prevenção anualmente.

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“A pressão alta ocular só é detectada em uma visita ao oftalmologista. A menos que seja um glaucoma agudo ou alguma coisa mais grave, e quando acontece isso, na verdade, já se perdeu um pouco de tempo, já é uma doença um pouco mais avançada. A prevenção, que seria o ideal, é também com visitas regulares ao oftalmologista”, reforça, em entrevista à Sagres.

Prevenção

A verdadeira dor de cabeça pode estar no hábito de procurar o oftalmologista apenas quando a visão estiver apresentando algum sintoma. O ideal, porém, conforme Carlos Eduardo Pereira, é visitar um especialista pelo menos uma vez ao ano. Segundo o oftalmologista, outras doenças podem ocasionar a hipertensão intraocular.

“Problemas do diabetes, pressão alta, podem dar repercussões nos olhos que serão os primeiros sintomas. Podem ser até doenças mais graves como câncer ocular ou linfoma, tudo isso pode ter manifestação ocular e ser um primeiro sintoma”, pontua.

A pressão alta, se não houver busca por tratamento, pode atingir vasos sanguíneos da retina. Quando algum se rompe, pode haver cegueira parcial ou total, a depender da extensão do sangramento.

O médico oftalmologista Carlos Eduardo Gonçalves Pereira (Foto: Sagres Online)

Melhorar a alimentação, principalmente reduzir a quantidade de sal nos alimentos, e realizar atividades físicas com regularidade, entretanto, ajudam na prevenção ou melhoram o quadro de quem sofre com pressão alta nos olhos.

Abril Marrom

Chamar a atenção para esta e outras doenças relacionadas à visão é um dos objetivos da campanha Abril Marrom. A ação, portanto, reforça a necessidade de conscientização sobre a importância da prevenção e combate às diversas causas de cegueira.

O médico Carlos Eduardo Gonçalves Pereira, todavia, destaca o cuidado com a saúde ocular desde as primeiras horas de vida. Desde o chamado teste do olhinho, após o nascimento, o monitoramento da saúde da visão deve ser constante.

“Na verdade, não tem muito [essa questão] da idade. É o caso até do glaucoma, que também é mais relacionado com pessoas de maior idade. Isso porque existe o glaucoma juvenil, o congênito. Então todas as faixas etárias têm de estar monitorando”, argumenta.

Doenças como a catarata, por exemplo, que costumam ser mais comuns em idosos, também podem ocorrer em recém-nascidos. De acordo com o oftalmologista, contudo, ao menor sinal de comprometimento da visão, é preciso a intervenção de um especialista.

“Dificuldade para dirigir; na escola a criança ou adolescente já começa a ter alguma dificuldade para ler o quadro; na televisão as coisas começam a perder as cores, a visão começa a ficar mais restrita; quando é uma cegueira por glaucoma a pessoa começa a ter dificuldade no campo de visão”, enumera.

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