A cidade do Rio de Janeiro sedia, mais uma vez, a Gymnasiade, Olimpíada do Desporto Escolar, que reúne a partir deste domingo (20), mais de 2 mil estudantes atletas da categoria sub-15 de 46 países de todos os continentes. Segundo o presidente da Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE) e vice-presidente da Federação Internacional do Desporto Escolar (ISF), Antônio Hora Filho, se forem computadas também todas as equipes de trabalho, as pessoas que acompanham os atletas e familiares, o evento envolve mais de 4 mil pessoas.

“Nós somos esporte, mas não só esporte. Somos esporte educacional. Nós utilizamos do esporte como uma ferramenta de formação da cidadania e de educação. Muitas vezes na nossa competição quem ganha não é o mais importante. As experiências acumuladas ao longo da competição fazem com que sejam mais importantes”, disse em coletiva nesta sexta-feira (18), no Centro Olímpico de Tênis, no Parque Olímpico da Barra da Tijuca.

Maior Delegação

A maior delegação é a do Brasil, com 404 membros, sendo 323 estudantes atletas -161 mulheres e 162 homens -, o que para Antônio Hora Filho resulta das ações pró equidade desenvolvidas pela entidade. “Significa dizer que a política de equidade da CBDE vem fazendo efeitos benéficos para a nossa sociedade, incluindo a mulher definitivamente no esporte”.

Hora Filho lembrou que essa é também a maior delegação que o Brasil já apresentou em edições da Gymnasiade. A expectativa do dirigente é garantir um bom resultado. “Nas últimas Gymnasiades sub-18, o Brasil, desde 2013, sempre figura entre os três países com maior número de medalhas no cômputo geral. A nossa expectativa é estar no topo do quadro geral de medalhas e assim esperamos porque estamos competindo em solo brasileiro, com todo o clima e a torcida. Os atletas não terão problemas de adaptação ao clima e pressão psicológica. A nossa delegação está bastante numerosa. Nós acreditamos que o Brasil pode voltar ao topo do quadro geral de medalhas. Essa é uma boa perspectiva para que as próximas gerações olímpicas sejam um reflexo dessas competições escolares”, disse o presidente da CBDE.

Depois do Brasil, a China é a delegação com maior número de integrantes com mais de 200 componentes. O Chile é a terceira, com 164 membros, e os Estados Unidos com 122 inscritos.

Na primeira edição do evento no Brasil, em 2013, a sede foi Brasília. Naquela edição os estudantes atletas eram da categoria sub-18.

“Não podemos esquecer que é do esporte educacional que surgirão os talentos, e nós temos exemplos recentes. A nossa medalhista da ginástica Rebeca [Andrade], que ganhou medalha de ouro nas Olimpíadas, a primeira medalha internacional que ela ganhou foi em 2013 quando realizamos Gymnasiade sub-18 em Brasília, e ela se inciando na sua vida esportiva ganhou a sua primeira medalha internacional na mesma prova que seis anos depois se transformou em campeã olímpica. No desporto escolar, formar atletas é importante, mas formar cidadãos é muito mais importante”, disse Hora Filho.

Para o presidente da Federação Internacional do Desporto Escolar (ISF), o francês Laurent Petrynka, a participação dos estudantes atletas é mais do que representar a própria modalidade esportiva. “Quando você compete nos eventos da ISF, não está apenas representando o seu esporte, está representando a sua família, a sua cultura, o seu potencial”, disse, acrescentando que uma das razões da ISF em organizar essas competições é desenvolver nos estudantes os verdadeiros valores olímpicos.

A maior competição mundial do desporto escolar é organizada pela ISF em parceria com a CBDE, com apoio do Sesc Rio; da Federação de Esportes Estudantis do Rio de Janeiro (FEERJ); do governo do estado do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer; e do governo federal, por meio do Ministério do Esporte.

A ministra do Esporte, Ana Mozer, deve participar da cerimônia de abertura no domingo. O mascote dessa vez será um pássaro carioca, chamado Rio, que teve o nome escolhido em uma consulta entre os participantes.

A ISF U15 Gymnasiade 2023 terá 18 modalidades: tiro com arco, atletismo, badminton, basquete 3×3, boxe, caratê, dança esportiva, esgrima, ginástica artística, ginástica rítmica, judô, orientação, natação paralímpica, natação, tênis de mesa, taekwondo, wrestling e xadrez.

As competições serão realizadas na quinta-feira (24) e na sexta-feira (25), com encerramento do evento no sábado (26). O retorno das delegações para os seus países está previsto para os dias 27 e 28.

As provas serão disputadas nas arenas cariocas 1 e 2, no Centro Olímpico de Tênis e Vila Olímpica, instalados no Parque Olímpico da Barra da Tijuca; na Arena da Juventude, no Complexo Esportivo de Deodoro; e no Complexo Esportivo da Universidade da Força Aérea (Unifa), em Sulacap. Todos esses equipamentos estão na zona oeste da cidade.

Atividades culturais

Hora Filho informou que na quarta-feira (23) as competições serão interrompidas para os atletas participarem do Dia Cultural e Noite das Nações, quando conhecerão a cidade do Rio de Janeiro, em especial os pontos turísticos e cartões postais como Corcovado, Pão de Açúcar e a Praia de Copacabana. Na noite, a intenção é que as delegações exponham os objetos típicos das culturas de seus países para trocas e intercâmbio entre os participantes. “Cada país tem que trazer uma apresentação cultural, uma comida típica para fazermos uma grande interação cultural”, disse Hora Filho.

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