(Foto: Reprodução/ ONU)

O coordenador residente das Nações Unidas em Angola disse ter conhecimento do regresso voluntário de milhares de refugiados congoleses ao seu país. Paolo Balladelli contou  grande parte dos que continuam em território angolano receiam  do que possa acontecer no seu país, que se prepara realizar eleições.

Balladelii respondia  a uma questão da ONU News sobre a relação entre congoleses e angolanos na província da Lunda Norte. A área acolhe a maioria dos 68 mil refugiados e candidatos a asilo da República Democrática do Congo, RD Congo vivendo no país lusófono.

Migrantes

Paolo Balladelli disse que haveria alguma percepção em relação a migrantes congoleses que não estariam em Angola em busca de proteção.

“Os refugiados estão concentrados numa área da província de Lunda Norte, que também é uma província diamantífera. Então, há uma certa sensibilidade em pensar se esse migrante é realmente um migrante que foge da guerra, ou pode também esconder alguém que esteja interessado a entrar no negócio clandestino de diamantes. Há esse tipo de preocupação, é verdade e, seguramente, da parte das autoridades.”

Esta terça-feira, a Agência da ONU para Refugiados, Acnur, disse estar preocupada com a evolução rápida de uma situação humanitária na região de Kassai, na República Democrática do Congo, RD Congo.

De acordo com a agência,  essa situação é provocada pelos retornos em massa de Angola que ocorreram nas últimas duas semanas. Cerca de 200 mil pessoas teriam chegado à província congolesa de Kassai, a maioria na vizinha província central de Kassai.

Lunda Norte 

Balladelli disse que há uma boa coexistência entre refugiados congoleses e comunidades anfitriãs em território angolano.

“Temos aqui algumas agências das Nações Unidas, com a chefia do HRC, a agência de refugiados. Eles fizeram toda uma inventariação biométrica dos refugiados que foram acolhidos e estamos a falar de cerca de 27 mil refugiados. Destes, 13 mil estão na capital da Lunda Norte. Dundo e 14 mil num novo espaço que foi preparado com apoio do governo para que estes 14 mil possam ter as suas atividades conjuntamente com as comunidades locais.”

Em nota separada, o Acnur destaca a chegada de congoleses ao seu país após uma ordem de expulsão pelas autoridades em Angola que visava migrantes. De acordo com a agência, esses cidadãos congoleses trabalhavam no setor de mineração informal, no nordeste de Angola.

Movimento

O apelo tanto Angola como a RD Congo é que trabalhem juntos para garantir um movimento populacional seguro e ordenado.

O Acnur trabalha atua na região para avaliar as necessidades humanitárias, tentando garantir o acompanhamento de pessoas em maior risco. Outra preocupação da agência é com relatos de que haja alguns refugiados no grupo.

A agência disse que tenta verificar essas informações e rastrea os retornados na fronteira, trabalhando em estreita colaboração com o Governo de Angola, para impedir o retorno forçado dos refugiados.